“QUANDO ABRO MEU BAÚ DE LEMBRANÇAS, tiro um retrato que emoldura minha infância: meu avô, com um livro na mão, num lugar tão distante quanto aqueles aonde as histórias podem nos levar. Cresci sonhando em acessar esse ‘lugar’.” Quando era menina, Catarina Bessel passou boas temporadas no Guarujá, no litoral paulista, e lá dormia no quartinho de pintura amontoado de traquitanas do seu avô, um pintor. Naquela casa, se apaixonou pelos romances históricos e obras sobre política. Cursou Arquitetura na FAU-USP, e lá mergulhei em diários de viagens, curiosa em saber mais sobre o olhar estrangeiro no mundo. Foi nessa época que descobriu a colagem, “um jeito de inventar mundos recortando e colando pedaços da realidade”. Hoje, trabalha com a técnica em livros, revistas e outras publicações. Afirma, que no caminho, segue viajando: “às vezes, até mais por meus universos interiores numa incursão pelo desconhecido. Levo comigo os livros que li, dos preferidos, Moby Dick. Mas meu barco não vai atrás de baleias, e sim do encantamento com o mundo, da transformação e da eterna reinvenção de si.”
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