
uvens se acumulam no horizonte dos videogames. A mais digital das mídias seguirá o caminho da música, filmes e séries, vai se desmaterializar. Ou, dentro da metáfora da nuvem, deixar o estado sólido para o gasoso. E alguns serviços começam a desembarcar no Brasil a partir deste ano.
A bola da vez é o cloud gaming, ou game na nuvem, que promete fazer qualquer dispositivo conectado à internet rodar jogos de última geração. Ou seja, mesmo o celular mais básico consegue abrir o estado da arte em termos de jogos, como o Microsoft Flight Simulator 2020. Mais importante do que a configuração do aparelho é uma boa conexão à internet, nesse caso um mínimo de 10 mb/s.
É a lógica do streaming. Não confunda com as transmissões ao vivo na Twitch de Gaulês, Alanzoka e Neymar. Aqui o streaming tem um sentido mais próximo de serviços como Netflix, Disney+ e Globoplay. Esses serviços são como aparelhos de DVD virtuais. A novidade é a disponibilidade de console virtual.
Muitos têm contato com a tal nuvem da tecnologia como um espaço para guardar e enviar arquivos. Serviços como Google Drive, OneDrive, Dropbox e iCloud servem de HD externo. Nos bastidores, os arquivos estão sendo guardados em computadores espalhados pelo mundo. Além de armazenamento, os servidores remotos da nuvem podem processar dados pesados, incluindo aí os jogos de última geração com resolução gráfica no talo, deixando para o aparelho do usuário a mera transmissão do jogo como se fosse um vídeo de YouTube. Isso significa que não precisa mais esperar a instalação dos jogos ou dedicar espaço de armazenamento. Basta esperar carregar e pronto, bora jogar.
Isso significa que não precisa mais esperar a instalação dos jogos ou dedicar espaço de armazenamento. Basta esperar carregar e pronto, bora jogar
Sabe onde o bugado Cyberpunk 2077 melhor rodava? No Stadia, o serviço do Google de cloud gaming, que oferece computadores de ponta para fazer o trabalho pesado. A gigante das buscas não está sozinha. Microsoft, Facebook, Amazon, Sony, Tencent, NVidia além de startups como a francesa Blade já atuam nesse nicho. Segundo a consultoria de games e e-sport Newzoo, cloud gaming deve ultrapassar US$ 1 bilhão em faturamento em 2021, com especial ênfase na região do Brasil e seus hermanos. “Estimamos que o gasto em cloud gaming cresça 25 vezes entre 2020 e 2023 na América Latina”, afirma Guilherme Fernandes, da Newzoo.