As tirinhas viraram um livro que retrata a sociedade de hoje e seus problemas, como desigualdade, racismo e xenofobia
por Beatriz Lourenço Imagens Divulgação
HQ
Se você ainda não entendeu como acontece o conflito de classes, Triscila Oliveira e Leandro Assis desenharam pra simplificar. As tiras de Confinada, sucesso nas redes, fora compiladas em livro
A história começa com o início da pandemia e a necessidade de distanciamento social. É aí que Fran, uma influenciadora digital, fica isolada em seu apartamento com Ju, sua traba- lhadora doméstica
Isso faz com que o mundo das duas mulheres se choquem. Fran é branca, rica e cresceu com privilégios. Ju é uma negra e periférica que começou a trabalhar desde cedo para sustentar sua família
“
Vimos que não existe influencer de positividade em meio ao caos, mas pessoas que preferem ignorar a realidade. Somos seres humanos sem humanidade”
É mórbido passar por uma pandemia e ter gente tentando lucrar com a mesma ganância de antes. Os menos favorecidos foram obrigados a trabalhar e não tiveram apoio do governo”
O projeto é, para mim, uma espécie de estudo sobre a branquitude. É ver como o branco se comporta, fala, age e normaliza um monte de coisa que não é natural”
Existe um ditado africano que diz que é preciso uma vila para criar uma criança. Se pararmos para analisar, vemos que os ciclos sociais que frequentamos construíram o que somos”
Acredito que o livro pode ser uma espécie de documento histórico que vai mostrar para as próximas gerações tudo o que passamos durante esse momento da pandemia”