A angústia de ficar longe do celular tem nome, prejudica nossa saúde mental e, infelizmente, só cresce
por Alexandre Makhlouf Ilustração joão barreto
EXPLICA
De acordo com dados da pesquisa Global Mobile Market Report, feita pela consultoria Newzoo, o Brasil é o quinto país no mundo com maior número de smartphones – um total de 109 milhões de aparelhos, o equivalente a mais da metade da população
Muita gente tem sentido uma angústia, ou até um medo, meio inexplicável de ficar longe do celular. Batizado de nomofobia, ou no-mobile, esse fenômeno vem crescendo rápido e é mais uma camada da dependência digital
A Digital Turbine, empresa de desenvolvi- mento de apps e marketing digi- tal, divulgou dados mostrando que 20% dos brasilei- ros não passam mais do que 30 minutos por dia longe do celular. Parece assustador ou estranhamente familiar? Ou os dois?
Será que estou com nomofobia?
O que caracteriza um comportamento nomofóbico é o sentimento de angústia e a incapacidade de se afastar do celular. O problema, nesse caso, não é a tecnologia em si, mas a forma como você está se relacionando com ela
Saiu para encontrar amigos e não consegue ignorar aquela notificação do WhatsApp que apareceu? Alerta. Deitou para ler um livro e não conseguiu passar de duas páginas sem dar aquela olhadinha pra ver se aconteceu algo novo no Instagram?
Alerta.
O que mais a nomofobia pode causar?
Em termos de distúrbios ou comportamento disfuncionais, nota-se que a nomofobia pode levar a comportamentos de ansiedade e inabilidade social e redução de atenção por estar em hiperfoco
Tá, e para sair dessa?
Reconhecer que o comportamento não é saudável é o primeiro passo, mas os próximos podem ser um pouco mais difíceis. Uma boa saída é estabelecer um limite de tempo para usá-lo depois que o horário comercial acabar
Outra atitude que pode ser tomada é, a partir de um horário específico, desenvolver outras atividades, como leitura, um esporte, academia, ou algo que possa promover saúde e, nesse contexto, evitar o uso do celular