Depois de um hiato e um cancelamento, o rapper volta com novo álbum sobre afetividade de pessoas negras e relações interraciais
por Amauri Terto Foto Divulgação
RAP
Idealizado como uma fábula, o disco Dolores Dala Guardião do Alívio aborda de forma poética e franca questões em torno da afetividade de pessoas negras e de relações interraciais no meio LGBTQIA+
Pioneiro do queer rap, Rico Dalasam, nascido na periferia paulistana passou por um hiato criativo de dois anos após se ver cancelado devido a uma briga judicial pelos direitos de Todo Dia
O hit alavancou tanto a sua car-reira quanto a de Pabllo Vittar, em 2017. O fim do hiato veio em 2019, com "Braille", vencedor do Prêmio Multishow na categoria Canção do Ano
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Antes de 'Braille', estava tudo meio turvo. Eu não sabia exatamente o que eu era, se ainda era ou se era pra parar mesmo. Aí, quando veio essa música, deu um brilhinho de novo"
DDGA conta com um time diverso de produtores e colaboradores, como Mahal Pita (BaianaSystem), Dinho Souza, Chibatinha (ATTOOXXA), Moi Guimarães, Netto Galdino e Pedrowl (MC Tha e Lia Clark)
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Em 2019, recalculamos a rota. Olhar os códigos e ver quais não serviam mais. Códigos que a gente usou bastante e que não faziam mais sentido”
Eram análises sobre o histórico da música brasileira, sobre apagamento, a produção intelectual do artista preto que ajuda a construir patrimônio e carreira de um artista branco”
Rico Dalasam, cantor
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Quando aparece um pouco de dinheiro, vão sumindo as pessoas pretas à sua volta. Começa a ser um esforço não estar sempre enfiado no meio de gente que nunca esteve no seu caminho"