Como seria o mundo se a ideia de fidelidade não fosse protagonista nas relações? Batemos um papo com pessoas não-mono para entender
Por Carol Ito Fotos Juliana Frug
TRÊS ou mais
A ideia de exclusividade sexual é antiga, surgiu há cerca de cinco mil anos. Monogamia ainda é vista como regra e não como escolha nas relações e o que sustenta esse modelo é o ideal do amor romântico
“
Não tenho nada contra pessoas monogâmicas nem contra monogamia. A questão é que, para isso, a monogamia tem que ser espontânea, o que é raríssimo”
Há trabalhos feitos na Europa que mostram que as mulheres de lá não sentem mais culpa alguma por ter relações não- monogâmicas
Regina Navarro Lins, psicanalista
Se monogamia promete tanta felicidade e segurança, por que as pessoas continuam traindo? E se um caso fora da relação fosse considerado algo potencialmente positivo e não um sinal de que algo vai mal?
“
Começou com a ideia de vivermos fantasias sexuais juntos ou sepa- rados. O tesão dela é o que me dá tesão”
Pedro Tannus
“
Achava casamento muito estranho e, observando meus familiares, vi que não era um conto de fadas. Se nada garante que vai dar certo, por que seguimos essa regra?”
Não-monogamia é uma prática de vida, um eixo redirecionador de todas as relações, inclusive, de amizade. A gente tem o costume de hierarquizar as relações”
Alef Santana, pesquisador
“
A minha não-monogamia não está relacio- nada somente à maneira como me relaciono sexualmente, mas também como mãe, companheira, amiga e profissional”