As minas do Levante Nacional Trovoa lutam para que o mercado artístico valorize mais o trabalho e a produção de mulheres racializadas
Por Alexandre Makhlouf Fotos Divulgação
ARTE
Quando entramos em um museu, quadros, fotografias, esculturas nos dizem muita coisa. Despertam sentimentos, resgatam memórias e nos dizem, de uma forma ou de outra, quem é a pessoa que criou a peça
Mas será que existe diversidade nessa seleção? Quantas das obras que você viu e registrou para postar no Instagram foram feitas por mulheres? O resultado é um triste retrato do mercado artístico
De acordo com uma pesquisa a presença feminina nos acervos da Pinacoteca, de Inhotim e da coleção Mario de Andrade gira em torno de 20%. No Museu de Arte Contemporânea da USP, 29%
A exposição das Guerrila Girls no Masp revelou outro dado crítico: apenas 6% dos nomes em exposição na instituição eram femininos, mas 60% dos nus expostos são mulheres
É nesse contexto de lutar por espaço para mulheres racializadas dentro das instituições,que atua o Levante Nacional Trovoa, coletivo feminista interseccional composto por mulheres de todo Brasil
“
A questão do levante nacional vem desse desejo de um montante de mulheres artistas que pensam de forma similar e desejam fazer parte de um grupo que as represente"
O movimento surgiu com quatro artistas no Rio de Janeiro: Ana Almeida, Ana Clara Tito, Carla Santana e Lais Amaral. Todas muito jovens, de idade e produção artística, elas se organizavam em um ateliê
“
Formação não é o peso do Trovoa. O peso são as discussões que viabilizam nossas pesquisas e agendas. E principalmente a naturalização das presenças nestes espaços de arte"