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Fora do tempo

É possível ter uma relação diferente com o calendário, longe da lógica da pressa e dos boletos; os antigos maias ajudam a entender como

por Nathan Fernandes Atualizado em 24 jun 2021, 00h45 - Publicado em 24 jun 2021 00h38
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pesquisador Christopher Heckscher ficou conhecido por desvendar o misterioso caso dos passarinhos videntes. Através de monitoramento com GPS, o ornitólogo que estuda o sabiá-ferrugem descobriu que estes pássaros viajam mais de 6 mil km, ao migrarem dos Estados Unidos para o Brasil, no verão. Mas isso não é o mais impressionante. O pesquisador percebeu também que, a cada ano, as aves faziam seus ninhos e saíam dos EUA em épocas diferentes. Quanto mais cedo saíam, menores as chances dos filhotes estarem prontos para a jornada. Mas qual seria a vantagem de se adiantar, se o custo era o sucesso da prole?

Surgiu então uma hipótese maluca: e se os sabiás adultos “pressentissem” a temporada de tempestades e furacões no Golfo do México e partissem meses antes para evitar que o bando todo morresse no meio do caminho? Ao analisar os dados coletados em vinte anos, Heckscher percebeu que a ideia não era tão absurda assim.

No verão de 2018, ele testou a hipótese. Naquele ano, os meteorologistas indicavam uma temporada tranquila. Mas as aves estavam com pressa, o que sugeria fortes tempestades. Nessa disputa de supercomputadores climáticos contra passarinhos sensitivos, o time das aves levou a melhor: 2018 registrou os piores furacões dos últimos tempos. Mas como os sabiás poderiam prever tempestades com tantos meses de antecedência? “Não faço ideia de como fazem isso. Claramente eles captam sinais de algo ligado ao clima global”, afirmou Heckscher, na série documental A Era dos Dados, da Netflix. “É um ótimo exemplo do que podemos aprender ao observar a natureza.”

Ao se deparar com a capacidade meteorológica dos pássaros, pode ser que uma dúvida apareça: será que os seres humanos também têm essa sensibilidade? Para aqueles que se dedicam a estudar o modo como a civilização Maia percebia o tempo, a resposta é sim.

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Extravagância apocalíptica da Nova Era

“Aprendemos a nos relacionar com o tempo pulando de mês em mês até o próximo teste na escola, o próximo salário na conta bancária e o próximo pagamento do cartão de crédito. Fazemos promessas para o ano novo, planos para o próximo aniversário e evitamos pensar que um dia o nosso tempo por aqui chegará ao fim”, afirma Gustavo Nogueira, fundador do Torus Time Lab, laboratório que investiga o tempo e presta consultoria no Brasil e na Europa sobre como estar em sintonia com novas temporalidades para o nosso planeta. “Será que esta é a única forma de se relacionar com o tempo? Que outras formas podem existir?”

Para ajudar a responder, ele cita o conceito alemão de “zeitgeber” – termo usado para definir marcadores de tempo, como os relógios e o calendário gregoriano, que usamos no dia a dia. “O que aconteceria se trocássemos o zeitgeber?”, questiona. “William James, o pai da psicologia, diz que a realidade está onde colocamos a nossa atenção. O Sincronário faz esse convite: oferece um lugar para colocarmos a atenção que não seja só no pagamento de boletos, mas também nesse processo de autoinvestigação individual e construção coletiva, entendendo que fazemos parte de uma história maior, que a história do nosso planeta é parte da história do cosmos.”

O Sincronário, ou Sincronário da Paz, é uma ferramenta que sincroniza o Tzolkin e o calendário das 13 luas – duas das várias formas de marcar o tempo elaboradas pelos maias, uma das civilizações mais prósperas da América Central, e que teve um fim misterioso por volta de 830 d.C. O Sincronário também absorve aspectos dos calendários celta, druida e do oráculo chinês I-Ching. É, portanto, uma invenção moderna que reproduz maneiras muito antigas de se conectar com o tempo. Seu criador foi um historiador da arte, pesquisador de cultura maia e profundo questionador da forma ocidental de contar os dias: o teórico méxico-americano José Argüelles, que morreu em 2012.

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“Enquanto os cientistas modernos conseguem detectar experimentalmente os efeitos físicos de feixes densos que passam pela galáxia, os maias conseguiam detectar experimentalmente feixes com diferentes qualidades, feixes que influenciam não só o nascimento e o funcionamento das estrelas, mas o nascimento e o funcionamento das ideias, visões e convicções”, escreveu o cosmólogo Brian Swimme, na introdução da obra O Fator Maia, de Argüelles. Para absorver essa ideia, segundo Argüelles, é necessário romper de forma dramática com a maneira com a qual fomos educados: é preciso pensar como um maia, não como um ocidental.

“Enquanto os cientistas modernos conseguem detectar experimentalmente os efeitos físicos de feixes densos que passam pela galáxia, os maias conseguiam detectar experimentalmente feixes com diferentes qualidades, feixes que influenciam não só o nascimento e o funcionamento das estrelas, mas o nascimento e o funcionamento das ideias, visões e convicções”

Brian Swimme, cosmólogo

Para isso, basta lembrar que o modelo de pensamento ocidental, esse que saiu da Europa para dominar outros territórios, é só uma das várias formas de perceber o mundo. Existem outras. Mas elas foram, e continuam sendo, diminuídas ou invalidadas. Como se a lógica grega, o cristianismo e o método cartesiano – sobre o qual se estrutura a nossa ciência – fossem a única forma possível de interpretar a realidade que nos cerca. Não são.

Como diz o escritor Itamar Vieira Junior, autor do neoclássico Torto Arado, nosso caminhar sobre a terra mostra nossas falhas enquanto espécie e ser social. “A lógica capitalista fracassou, e até pensadores ocidentais como Bruno Latour [filósofo francês] e Tim Ingold [antropólogo britânico] bebem dos saberes das sociedades originárias”, apontou ele, ao jornal O Globo. “Não é que vamos encontrar um elixir para resolver nossos problemas. Mas precisamos aprender com esses povos que foram sistematicamente agredidos ao longo de séculos e, apesar de muitas baixas, chegaram aos nossos dias e apontam nossos erros.” É também o que Argüelles propõe.

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Mas pensar fora do modelo padrão tem seu preço. Não à toa os esforços de Argüelles por uma percepção diferente do tempo já foram tachados de “uma extravagância apocalíptica da Nova Era”, como lembrou Marilyn Ferguson, na introdução de Os Surfistas do Zuvuya, outra obra do pesquisador.

Para muitos acadêmicos, Argüelles é um maluco que tem uma compreensão falha da cosmologia Maia. “Mesmo tendo anos de estudo dos calendários mesoamericanos, confesso que não consigo entender nem mesmo um dos diagramas complicados de Argüelles”, disse o astrônomo Anthony Aveni, pesquisador da cultura Maia da Universidade de Colgate, ao jornal Los Angeles Times. “Não consigo entender nem suas explicações, as quais são pontuadas por jargões científicos incompreensíveis mesmo para cientistas.”

Talvez, por isso, ao longo da vida, o pesquisador tenha sentido a necessidade de se aproximar mais dos maias e menos dos cientistas. Como ele próprio escreveu, em O Fator Maia: “Os arqueólogos tratam a civilização Maia como uma feliz aberração da Idade das Pedras. Comecei a suspeitar que a razão pela qual eles a estudam é precisamente porque suas mentalidades presunçosas nunca conseguiriam entendê-la, em vez disso, culpariam os próprios maias por não serem compreensíveis”. Para Argüelles, além de escavar e catalogar artefatos, é preciso entender a mente que os produziu.

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Dois pontos congelados no espaço abstrato

Mas objetos físicos não são a única chave para destrancar a mente de uma civilização antiga. No artigo In the World of the Sun: A Cognitive Model of Mayan Cosmology, o professor de antropologia John M. Watanabe, da Universidade Dartmouth, mostra como as palavras que escolhemos usar também moldam o nosso modelo de pensamento.

Segundo ele, diferente de línguas como o inglês e o português, por exemplo, o mam, falado por maias da região da Guatemala, tinha apenas uma única palavra para “leste” e “nascer do sol” (“okni”), assim como apenas uma única palavra para “oeste” e “pôr do sol” (“elni”). Ou seja, para os antigos maias, não havia diferença entre tempo (nascer/pôr do sol) e espaço (leste/oeste) — uma lógica que só ocorreria na ciência ocidental no século 20, com Albert Einstein e sua Teoria da Relatividade.

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Assim, se um espanhol perguntasse a um maia onde está o leste, e ele respondesse: “Depende de que horas são”, não seria uma tiração de sarro. “De acordo com os conceitos mam, o leste é onde (e também quando) o sol entra [no horizonte]; o oeste é onde e quando o sol se põe. Não são dois pontos congelados no espaço abstrato, representam dois momentos na dimensão única do movimento aparente do sol através do espaço físico”, escreveu Watanabe.

Nesse sentido, os pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste) não são pontos, mas vetores, isto é, segmentos de reta com direção e sentido. Essa mudança na forma de entender o espaço altera completamente a percepção sobre o tempo – nada de novo para os fãs do filme “A Chegada”. Talvez, por isso os maias tenham sido tão fascinados por essa questão temporal, a ponto de criar uma série de calendários diferentes.

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Tzolkin e o coração da Via Láctea

Um destes calendários é o Tzolkin, uma das bases do Sincronário, que é representado por uma matriz de 13 colunas por 20 linhas, totalizando 260 medidas, ou kins. Essas medidas podem representar dias, meses ou anos. Cada uma dessas 20 linhas representa um arquétipo (ou selo), como o “guerreiro”, a “semente”, o “mago”, e cada arquétipo se apresenta de 13 maneiras diferentes, o que confere uma qualidade única para cada dia (kin).

É possível, inclusive, descobrir a qualidade do dia em que você nasceu através da Calculadora Kin. Muita gente desperta o interesse pelo assunto depois de calcular seu próprio kin. Foi o meu caso. Ao converter o dia 27 de setembro de 1988, minha data de nascimento, descobri que meu kin é o Vento Ressonante Branco. Fiquei impressionado com a descrição.

É claro que, por se tratar de arquétipos, eu poderia me identificar com tudo que estivesse escrito ali. Mas o que me surpreendeu foi a precisão. O primeiro verso da descrição do kin, por exemplo, diz: “Canalizo com o fim de comunicar”. Nada mais apropriado para um jornalista, como eu. E, na medida em que me aprofundei, mais traços específicos da minha personalidade vinham à tona, como se minha própria mãe tivesse escrito aquilo.

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Mas como uma ferramenta inspirada nos maias poderia saber tanto sobre mim?

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“Às vezes, nos esquecemos de que a Terra é uma bola que flutua no espaço”, diz Milena Pires, facilitadora de formação em Cosmoanálise Maia. “Nós não estamos desconectados do resto do Universo, nós fazemos parte dele.” Recorrendo aos estudos de Argüelles, ela lembra que essas qualidades que influenciam os dias seriam energias vindas do centro da galáxia, ponto também conhecido como Hunab Ku. Ou seja, seguindo essa ideia, os maias não teriam inventado um calendário, mas, sim, observado as formas como essas frequências impactam as nossas vidas, assim como os sabiás videntes do início da reportagem. A diferença é que os maias resolveram catalogar isso.

“Na natureza, tudo acontece harmonicamente, dentro de um fluxo natural”, explica André Staehler, idealizador do Centro de Estudos e Pesquisas da Lei do Tempo, representante no Brasil da Fundação Lei do Tempo, de José Argüelles. “O que os maias identificaram é que na medida em que existe um pequeno movimento do nosso planeta em relação ao Sol, ou da Lua em relação à Terra etc… existe uma mudança de frequência, um nível de informação diferente que muda o nosso processo biológico.”

“Às vezes, nos esquecemos de que a Terra é uma bola que flutua no espaço. Nós não estamos desconectados do resto do Universo, nós fazemos parte dele.”

Milena Pires

A ideia pode soar como uma miração para algumas pessoas, mas faz sentido para quem se dedica a observar os kins no dia a dia. O próprio Argüelles reconhece que é preciso um salto de fé, entendendo o Tzolkin como uma metáfora.

“O Tzolkin é apenas um código, assim como o nosso alfabeto, de 26 letras, que codifica uma linguagem. A pessoa que desvenda essa linguagem pode comandar um grande poder, e comunicar, ao menos, um conhecimento ou sabedoria do universo”, escreveu Argüelles, em O Fator Maia. “Da mesma forma, conhecer a linguagem do Tzolkin, o módulo harmônico maia, pode abrir canais de entendimento e comunicação com poder igual, senão maior, ao do alfabeto.”

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Gustavo Nogueira, do Torus Time Lab, lembra que o Tzolkin também poderia ser comparado a uma tabela periódica. “Assim como vamos dos elementos mais simples, como o hidrogênio, até os mais complexos, como o urânio, o Tzolkin também vai das frequências mais sutis até as mais complexas. A diferença é que os kins não são átomos na matéria, mas energias no tempo”, explica.

E são essas energias que influenciam o nosso cotidiano. Segundo seus estudiosos, reconhecê-las é estar em sincronia com o Universo. Ou, em outras palavras: é remar a favor da maré, não contra ela. Quem já levantou para trabalhar em uma segunda-feira triste sabe o que é isso.

“Repensar como percebemos o tempo é também sobre linguagem. Existem termos próprios para falar sobre trabalho, mas não sabemos nos expressar quando estamos nos sentindo desestimulados, ou, ao contrário, com um ímpeto de realização, por exemplo. Os 20 arquétipos do Tzolkin, que se apresentam cada um de 13 maneiras diferentes, nos dão essa possibilidade de linguagem”, pontua Gustavo. “E por que exercitar essa inteligência temporal importa? Não pensamos no longo prazo como indivíduos e como sociedade, e por isso é tão difícil encararmos questões como a crise climática, que parecem estar sempre no amanhã. Se eu te dissesse no início de 2020 que a pandemia iria durar o ano inteiro, você acreditaria? E se eu te disser hoje que vai durar toda a década, você acredita? Quais são as questões que emergem quando pensamos na nossa relação com o tempo? Como priorizar o que precisamos mudar para a próxima era, sem deixar de lado as questões urgentes à próxima hora?”

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O tecido da vida

“Acho que uma das coisas mais sinistras da história da civilização ocidental é o famoso dito atribuído a Benjamin Franklin: ‘Tempo é dinheiro’. Isso é uma monstruosidade. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida”, afirmou o sociólogo e crítico literário Antonio Candido na inauguração de uma biblioteca do MST, em 2006.

Vania Gian Soorya, integrante da banda Semente Cristal, chegou à mesma conclusão em 2019, quando, depois de um período de planejamento, resolveu sair de um emprego formal, em São Paulo, para criar uma ecovila, no interior de Minas Gerais, com o marido e o cunhado, também integrantes da banda. Foi a forma que encontraram de ficar mais afastados do tempo do dinheiro, e mais próximos do tempo da natureza. “É essa a mudança de chave na mente: tempo é dinheiro ou tempo é arte? Calendários irregulares, como o gregoriano [que usamos no dia a dia] dizem que o tempo é dinheiro, e isso está destruindo o planeta. Para o Sincronário, tempo é arte, a natureza é uma arte”, acredita.

E, para fazer valer o tempo, Vania e a banda produzem arte. Desde o fim de 2020, a Semente Cristal vem lançando o álbum 13 Luas, projeto inspirado no calendário de 13 luas, outra contagem que, sincronizada ao Tzolkin, forma o Sincronário.

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Funciona assim: no calendário lunar, o ano tem 13 meses regulares de 28 dias cada; esses 28 dias são o período que a lua leva para completar um ciclo, da fase nova até a fase cheia. O problema é que 13 vezes 28 dá 364. E o tempo que a Terra leva para dar uma volta ao redor do Sol é de 365 dias. Esse dia sobressalente é o Dia Fora do Tempo. Ele está literalmente fora da contagem de tempo, por isso, é tradicionalmente conhecido como o ano novo maia, guarda uma simbologia de conexão e sempre cai em 25 de julho, no calendário gregoriano.

Por isso, o álbum 13 Luas deve completar seu lançamento em julho de 2021, depois de doze singles lançados a cada mudança de ciclo lunar. “A gente lança a semente e, mesmo que a pessoa demore para absorver a mensagem, ela foi lançada. São sementes para pensar em outras formas de viver”, afirma Vania, reforçando que o nome Semente Cristal, que faz referência ao Tzolkin, não é por acaso.

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Como um médico à procura do coração

Para André Staehler, do Centro de Estudos e Pesquisas da Lei do Tempo, a diferença entre o calendário gregoriano e o Sincronário é que este último traz um sentido à vida. Sentido distante daquele associado à pressa do tempo ocidental. “Mudar o calendário é estabelecer uma nova cultura, porque seus dias passam a ter um significado. Assim, fugimos menos do dia e passamos a viver mais através da sua presença”, afirma ele.

Apesar de parecer estar tão entranhado na vida das pessoas a ponto de se confundir com o real, o calendário que usamos comumente é uma invenção. A palavra “calendário” vem do latim “calendarium”, que quer dizer livro de registros ou de impostos. Não tem nada a ver, portanto, com as estações do ano, ou as estrelas, mas com o dinheiro. Quem definiu a forma como contamos dias, meses e anos hoje foi a Igreja Católica, através do calendário gregoriano, que leva esse nome porque foi promulgado pelo Papa Gregório 13, no dia 24 de fevereiro de 1582.

“Mudar o calendário é estabelecer uma nova cultura, porque seus dias passam a ter um significado. Assim, fugimos menos do dia e passamos a viver mais através da sua presença”

André Staehler

É por isso que estudar o Sincronário não deixa de ser uma questão política. Como escreveu o sociólogo da USP José de Souza Martins, em sua coluna no jornal Valor Econômico, o que caracteriza o capitalismo contemporâneo é o desenvolvimento desigual, a economia desencontrada da sociedade. “Se a mentalidade se ajusta a racionalidades cada vez mais vorazes do processo de trabalho, se desajusta em relação aos requisitos morais e comunitários do modo social de viver, da família, dos grupos afetivos de referência. Esse desencontro cria e difunde sofrimentos, disfunções, alienação, estranhamento, desajustes sociais”, registrou. “É a chamada anomia, a das regulações em que normas sociais do viver em comum tornam-se subjetivamente impróprias ao modo de vida.”

Em uma sociedade ideal, seria o trabalho que deveria se ajustar ao nosso modo de vida, não o contrário. O livro Torto Arado se aproxima disso, ao refletir sobre a relação dos personagens com o tempo da natureza. “Meu pai, quando encontrava um problema na roça, se deitava sobre a terra com o ouvido voltado para seu interior, para decidir o que usar, o que fazer, onde avançar, onde recuar. Como um médico à procura do coração”, escreveu Itamar Vieira Junior. Assim como os personagens da obra, os maias também podiam ter os ouvidos apurados, mas, talvez, em vez de voltá-los para baixo, eles os voltassem para o Universo.

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Para viajar no tempo maia, conheça:

Sincronário da Paz
Representa oficialmente a Fundação pela Lei do Tempo no Brasil. Atuando como Rede de Arte Planetária, uma aliança global de pessoas voluntárias, autônomas, que trabalham pela paz, pela cultura e pela natureza, sem nenhuma filiação religiosa ou tendência política, e apresentando como estrutura básica a Lei do Tempo.

Torus Lab do Tempo
Fundado por Gustavo Nogueira, o laboratório acredita na responsabilidade compartilhada de construir as definições de tempo – mentalidades, habilidades, ferramentas como tecnologias temporais – para a próxima era.

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Mi Pires Cosmoanálise Maia
Produtora audiovisual, terapeuta e facilitadora em cursos para o despertar espiritual.

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Semente Cristal
Grupo musical especializado em rezos e canções xamânicas.

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Anarquia Espiritual
Conta do Instagram dedicada a pensamentos ligados aos ensinos xamânicos e ao Sincronário.

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Leona Cavalli
Atriz, diretora, escritora e uma das personalidades brasileiras que mais divulgam ensinamentos do xamanismo

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Rota Lunar
A Rota Lunar está vinculada à Foundation for the Law of Time, dedicada a divulgar os ensinamentos do Sincronário. A associação fornece cursos e vende produtos ligados ao calendário maia.

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