a semana passada, chamei um Uber para voltar para casa. Quando entrei no carro, senti um cheiro de capim-limão e logo me veio uma sensação de medo e ansiedade: “será que fico até o final da corrida ou saio daqui?”, foi o que pensei na hora. Abri todas as janelas, enviei a localização para três pessoas e não tirei o olho do trajeto. Quando paramos na porta de casa foi um alívio – mais um dia pude andar na rua em segurança.
Acontece que, em março deste ano, uma jovem de Porto Alegre, Evelyn Moraes, não teve a mesma sorte: ela relatou ter sido intoxicada durante uma viagem em um carro de aplicativo. Segundo o relato, o motorista contou que produzia aromatizantes para carro e perguntou se ela gostaria de sentir o cheiro. Após se recusar a aspirar o produto, ele teria fechado as janelas do carro e ligado o ar-condicionado. Aí, a jovem começou a se sentir tonta e, apavorada, se atirou do carro em movimento – provocando lesões no quadril e na perna.
Evelyn usou o InDriver, um app que permite que o usuário defina o preço do trajeto que deseja percorrer. E, segundo ela, o motorista que a atendeu, apesar de usar o carro anunciado no aplicativo, era uma pessoa diferente da foto apresentada no celular. A história viralizou e outras denúncias desse tipo surgiram nas redes sociais ao redor do país todo.
bom gente, eu e ana sofremos uma tentativa de golpe do gás do uber.
vou colocar aqui o relato que enviei pra @Uber_Brasil (que obviamente não deu em nada, pra variar) e é isso, tomem cuidado, na dúvida saiam! a gente não tenho certeza se o motorista era o cara da foto, aliás. pic.twitter.com/YS4BbKTeSP— carou tatua (@carouart) June 3, 2022
De lá para cá, o chamado “golpe do spray” ou “golpe do gás” têm sido compartilhado como forma de alerta para outros usuários de apps de transporte. Juliana, uma vítima ouvida pela Elástica conta que pediu um Uber para voltar para a casa depois do trabalho e, no caminho, notou um perfume muito forte que começou a incomodar. Quando viu que só a janela do motorista estava aberta, ela abriu a sua mas, ao entrar na Avenida Marginal Tietê, fechou por medo de ser assaltada. “Nesse momento o cheiro piorou, minha cabeça começou a doer e minha garganta e meus olhos começaram a arder bastante. Notei que havia algo estranho e me lembrei dos relatos que já tinha lido”, conta. “Como estava em uma ligação de vídeo, falei em voz alta que iria descer do carro e pedi para ele encostar num posto de gasolina.”
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