Influencers indianes
Quero então trazer pra vocês algumas carinhas dessas pessoas tão jovens mas já tão importantes que estão nas televisões, nas séries mainstream, como também influenciando via redes sociais e outros meios de comunicação toda uma nova geração.
Alok Vaid-Menon | @alokvmenon
Alok é uma das minhas pessoas favoritas dos últimos tempos. Sua identidade de gênero está no guarda-chuva da não conformidade de gênero, se identificando como trans ativista e não binárie, utiliza them/they como pronomes, como também ela/dela.
Alok Vaid-Menon é filha de pais malaios e indianos, cresceu sofrendo violência por sua raça e expressão de gênero no Texas, Estados Unidos. Era a típica criança tímida até que em certo ponto da sua vida adulta, Alok resolveu dar espaço para suas indagações e hoje é uma das pessoas da diáspora que mais produzem pensamento sobre a condição da subjetividade de imigrantes em plataformas digitais e com metodologia performática e jovem. Em 2020, lançou sua primeira obra literária, Beyond the Gender Binary. Gritantemente canceriana, possui grande sensibilidade, carisma e poder de comunicação. Trabalha com poesia, comédia, performance, moda e mídias sociais. Alok utiliza do seu próprio corpo e experiências para trazer riquíssimas reflexões sobre história, gênero, raça, trauma, pertencimento e outras discussões relacionadas à ser queer, marrom e jovem. Vocês PRECISAM ouvir essa grande mente falando!
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Lilly Singh | @lilly
Vocês estão preparadas para conhecer a dona do mundo? Sim, Lilly Singh é outra grande representante da diáspora indiana nos Estados Unidos. Youtuber, começou sua carreira em 2010 e, em 2016, saiu em terceiro lugar na lista da Forbes como a youtuber mais bem paga do mundo, foi considerada pela mesma revista, em 2019, como uma das 40 comediantes mais importantes. Lilly já ganhou diversos prêmios de fãs como Teen Choice Awards, MTV Fandom Award, People’s Choice Award, entre outros.
Ela lançou livros e documentários, mas foi em 2019 que sua plataforma cresceu quando estreou como produtora e apresentadora de um programa de TV da NBC chamado The Little Late With Lilly Singh. Ela é a primeira pessoa de ascendência indiana a encabeçar uma produção de televisão como essa. Com apenas 32 anos, Lilly traz para suas esquetes de comédia discussões sobre ser filha de imigrantes, sobre ser indiana, ser mulher, ser bissexual e também abre espaço para trocas com outras pessoas incríveis. Seu talk show teve convidados dos mais diversos e pautas sobre gênero e raça que poucas pessoas trouxeram para a grande televisão. Inclusive, segue aqui a conversa com Alok e com Rupi Kaur.
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Zorawar Waraich | @zeesw
Zorawar mora em Londres, é fashionista e trabalha com uma premissa linda de auto amor radical. Desde 2019, ele tem trazido tópicos sobre bem estar e representação na saúde mental para pessoas não-brancas e sobre ter mais psicólogos de diversas origens trabalhando nessa frente. Sua identidade de gênero queer e ser uma pessoa de cor o coloca em duas minorias e isso criou diversos estigmas que Zorawar está trabalhando firmemente em seus trabalhos.
Mindy Kaling & Maitreyi Ramakrishnan | @mindykailing & @maitreyiramakrishnan
Esses são dois grandes da Netflix atual. Mindy Kaling é filha de pais indianos e é atriz, conhecida por papéis em diversos shows de comédia e que agora encabeçou a série Eu Nunca (2020). A obra acompanha uma jovem filha de indianos que mora nos Estados Unidos e suas vivências como mulher, adolescente, pertencimento, luto e sexualidade. Protagonizada por Maitreyi Ramakrishnan, a série tem criado diálogos inéditos com uma juventude indiana da diáspora. A série foi renovada para segunda temporada e tem data de estreia para julho desse ano!
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Bad Brown Aunties | @badbrownaunties
Podcast feito por duas mulheres queers da diáspora indiana que se autodenominam “aunties” (aquela mulher da família que ficou pra tia, mas que também possui características culturais como “fofoqueira”, “a que cuida da vida dos outros”, aquela “segunda mãe”). R. Kidvai e Thanushka trazem pautas incríveis nessa primeira temporada que possui 6 episódios, com convidades como Fariha Róisín, Lupita Nyong’o e novamente a ilustre Alok Vaid-Menon. Em contato com as produtoras, soube que o podcast está em um hiato, mas torcendo muito aqui para seu retorno. É de longe um dos materiais que mais gostei de entrar em contato no último ano.
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Anjali & Sufi | @anjalichakra e @sufi.sun
Aqui temos um casal que viralizou no ano passado. Anjali é uma mulher bissexual na casa dos seus 20 anos, trabalha com planejamento de eventos e é de origem indiana e de religião hindu. Sufi é não-binarie de origem paquistanesa de religião muçulmana, também com 20 e alguns anos, trabalha com educação e fotografia. Suas fotos bombaram com elas assumindo relacionamento queer e também entre religiões que possuem muitas adversidades. Tem sido muito gostoso acompanhar esse relacionamento pelas redes, como também como ambas pessoas abordam discussões tão maduras de forma responsável sobre gênero, sexualidade, religião, família e afeto.
Priyanka | @thequeenpriyanka
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Vencedora da primeira edição de Canada’s Drag Race em 2020, Priyanka é a drag queen de Mark Suknanan. Ele possui origem indiana e guianesa e foi criado no Canadá. Sua drag persona utiliza de muitos itens culturais indianos e apareceu na capa da Gay Times digital e também no clipe “Montero (Call Me By Your Name)” de Lil Nas X.
Existem muitas outras pessoas que adoraria colocar na lista aqui mas escolhi principalmente as que falam de gênero e sexualidade, exatamente por ser um tema tabu em território indiano. Até uma próxima, obrigada, Elástica!