envolvimento

5 indígenas que lutam por direitos nas redes sociais

Selecionamos pessoas que trazem discussões sobre demarcação de terras, igualdade de gênero e saberes ancestrais

por Redação Atualizado em 19 jan 2022, 14h14 - Publicado em 10 jan 2022 10h22
-
(Clube Lambada/Ilustração)

egundo o IBGE, mais de 300 etnias indígenas vivem no Brasil e isso gera uma grande diversidade cultural e linguística, visto que esses povos se expressam por meio de 274 línguas diferentes. Apesar desse número parecer expressivo, está muito abaixo da população originária. É por isso que questiona-se a hegemonia das narrativas de sua história, geralmente de caráter colonialista construídas a partir de versões de fora.

O jornalismo em que a gente acredita depende de você; apoie a elástica

Com o advento das redes sociais, jovens e adultos de diversas etnias usam a facilidade da disseminação de notícias para abordar temas como preconceito, demarcação de terras e a luta por seus direitos. Em um momento que muito se fala sobre Marco Temporal e crises climáticas, é nossa responsabilidade como sociedade se atualizar sobre essas discussões e refletir sobre o rumo do planeta com base nos conhecimentos ancestrais. Pensando nisso, indicamos cinco vozes para seguir e fortalecer sua luta.

Publicidade

-
(Zé Otavio/Ilustração)

Katú Mirim

Indígena do povo Boe Bororo, Katú Mirim é rapper, cantora, compositora, atriz, ativista e fundadora do coletivo Tibira — espaço criado para fomentar a troca de informações entre pessoas LGBTQI+. Através de suas letras, ela discute temas como o resgate da ancestralidade, gênero e cultura. Também é com a música que ela reconta a história da colonização pela ótica indígena e fala sobre como ainda há discriminação no Brasil.

Katú foi a idealizadora da campanha #ÍndioNãoÉFantasia, que bombou em 2018, e teve como objetivo chamar a atenção para o ato de se vestir de “índio” e o esvaziamento da história e da cultura que isso carrega.

Publicidade

Txai Suruí

Com apenas 24 anos, Txai Suruí atraiu olhares do mundo todo após discursar na COP26. Ela foi a primeira indígena a falar na abertura de uma conferência do clima e, nesse momento, lembrou que os povos originários são os que mais sofrem com o aquecimento global. “Por isso, devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui”, diz, em Glasgow.

A ativista é filha de Almir Suruí, é uma das lideranças que denunciou a exploração ilegal de madeira nas terras indígenas. A garota é a primeira da família a cursar Direito e criou o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia no início deste ano.

View this post on Instagram

A post shared by Txai Suruí (@txaisurui)

Publicidade

Sônia Guajajara

Sônia Guajajara ficou conhecida por acompanhar Guilherme Boulos na chapa do PSOL nas eleições presidenciais de 2018. Além disso, está à frente da coordenadoria da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) — uma mobilização nacional criada para dar visibilidade aos direitos indígenas, além de reivindicar do Estado o atendimento das suas demandas.

Sônia é formada em Letras, Enfermagem e fez pós-graduação em Educação Especial. Em 2010, ela entregou o prêmio Motosserra de Ouro para Kátia Abreu, ex-ministra da Agricultura, em protesto contra as alterações do Código Florestal. Outro ato marcante de sua militância foi o discurso sobre demarcação de terras feito durante o Rock in Rio, a convite da cantora Alicia Keys.

Publicidade

-
(Mavi Morais/Ilustração)

Ailton Krenak

O líder indígena Ailton Krenak é um dos ativistas mais importantes para o movimento socioambiental. Em 1987, ele fez alertas sobre o desmatamento na Amazônia ao discursar na Assembleia Constituinte com o rosto pintado de preto como forma de protesto. Também organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia. Além disso, é autor dos livros “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” e “A Vida Não É Útil”.

Durante a pandemia, se viu isolado com a família e seus pensamentos deram origem ao “O Amanhã Não Está à Venda”, livreto que pode ser baixado gratuitamente na internet. Nele há reflexões sobre o momento atual da sociedade e a crise humanitária em que vivemos.

Publicidade

Alice Pataxó

Foi ao viver um processo de reintegração de posse na aldeia Araticum, em 2015, que Alice Pataxó se engajou na militância como ativista digital. A jovem passou a criar conteúdos direcionados aos não indígenas com linguagem pop e muito simples para discutir questões como demarcação de terras, mudanças climáticas e igualdade de gênero. No momento, ela faz graduação de bacharelado interdisciplinar em humanidades na Universidade Federal do Sul da Bahia e seu objetivo é cursar direito.

Alice também esteve na COP26 e lá destacou a importância da luta pela preservação do meio ambiente. “É a primeira vez que saio do meu território, em um momento onde o Brasil vive uma forte decisão sobre as terras indígenas. Mas eu entendo a necessidade de me unir à juventude do mundo para falar sobre isso, para lutar pelo meio ambiente e criar soluções juntos”, discursa, em Glasgow.

Publicidade

Tags Relacionadas
mais de
envolvimento
Bianca Santana relança seu best-seller “Quando me descobri negra” mirando um novo momento de consciência racial no Brasil
Organizando um livro sobre branquitude, Lia Vainer alerta sobre as relações entre a supremacia branca e o estágio tardio do capitalismo
gabriela-rassy03

O MST é pop

Por
Depois de cinco anos proibida em São Paulo, a Feira da Reforma Agrária do MST está de volta. Fomos até lá conversar com lideranças e comer muito bem
3-2-hpv

Elástica explica: o que é HPV?

Por
Saiba como é o diagnóstico, a prevenção e entenda a importância da vacinação para conter o vírus
Alexia Brito fala sobre sua família, rotina e amadurecimento em um papo sincero e divertido