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Retrospectiva: Corpos negros em pauta

No país em que o racismo estrutural ainda está para ser resolvido, exaltamos os pretos na construção de uma nova narrativa social

por redação Atualizado em 23 dez 2020, 18h37 - Publicado em 22 dez 2020 01h20

Brasil. País em que 56% da população é preta ou parda, mas que ainda considera os negros como um grupo minoritário. O que explica uma hegemonia branca por aqui, a não ser a autoimposição? Somos uma nação construída sobre sangue negro, com um histórico perverso de escravidão e colonialismo que nunca superamos de verdade.

Se em algum momento no início desse século houve a impressão de que essa situação poderia mudar, a política e a sociedade hegemônica reagiram brutalmente nos últimos anos, agindo em prol de um retrocesso que jogou os indicadores de desigualdade sociais em níveis alarmantes. Hoje, 75% de todas as mortes que acontecem em ações policiais no Brasil são de negros. A cada 23 minutos, um jovem negro é morto no país. A renda média de uma mulher preta não chega aos R$ 1.500.

Mesmo em um contexto tão cruel, ainda há esperanças. A eleição de Jair Bolsonaro e de toda uma leva de conservadores causou na sociedade uma reação de mesma força e sentido inverso, assim como é uma das leis físicas da termodinâmica, e agora, mais do que nunca, os negros se tornaram voz ativa na sociedade, em busca de um pouco mais de justiça. Se 2020 foi o ano da morte do norte-americano George Floyd e do nascimento do movimento Black Lives Matter, aqui na Elástica não faltaram exemplos de luta, de glória e de exaltação. Você confere um pouco dessas histórias a partir de agora.

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(Breno da Matta/Fotografia)

Quando deuses passam dias entre nós

Estreamos a Elástica, em 1º de junho, com um ensaio visual feito por um artista que admiramos muito. Maquiador e performer, Alma Negrot tem revolucionado a noite paulistana com suas aparições eletrizantes, customizações que reinterpretam os mais diversos da cultura pop. Aqui, convidamos Alma Negrot para pensar em divindades belas e profanas, uma reflexão sobre o mundano.

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(Felipe Braga/Fotografia)
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Fala na cara!

Mulher, negra, bissexual, mãe solo, funkeira de proibidão. A carioca MC Rebecca é um fenômeno da música brasileira, uma cantora que transita por espaços marginais enquanto busca seu lugar ao sol. Em pleno início da pandemia da covid-19, conversamos com ela sobre trabalho e sexo.

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(Fred Nicácio/Divulgação)

“Precisava o George Floyd morrer para lançarem um band-aid preto?”

Dermatologista de sucesso, e agora um dos apresentadores do novo Queer Eye Brasil, Fred Nicácio sempre foi um ativista da beleza negra e da representatividade dos corpos pretos. Acreditando que é possível vencer o racismo através da imagem, ele falou sobre medicina e sociedade nessa entrevista.

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(Escola de Mistérios/Divulgação)

A música eletrônica é negra

Assim como o rock ‘n’ roll, que teve suas origens negras apagadas quando o gênero musical se tornou um sucesso, a house music tem suas origens dentro de guetos nos Estados Unidos. Uma derivação da disco e do soul, a house hoje é um dos estilos mais lucrativos do planeta. Aqui no Brasil, alguns coletivos e artistas tentam resgatar essa identidade. Nós conversamos com eles.

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Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus, duas escritoras que se admiravam mutuamente
Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus, duas escritoras que se admiravam mutuamente (Acervo Clarice Lispector, Instituto Moreira Salles / Intervenção/Redação)
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O (novo) renascimento de Carolina Maria de Jesus

Uma das maiores autoras da literatura nacional, Carolina Maria de Jesus é também uma das escritoras menos exaltadas por aqui. 60 anos após o lançamento do livro autobiográfico “Quarto de Despejo”, sua obra retorna à luz com relançamentos, enquanto seu legado é ressignificado para os novos tempos.

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(Pinacoteca do Amazonas/Reprodução)

Hahnemann para uma nova geração

Havia, no final dos anos 1960, um jovem extremamente promissor nas artes em Manaus. Considerado o Gaugain da Amazônia, Hahnemann Bacelar morreu de maneira misteriosa e brutal em 1971, e sua história não foi contada desde então. Até agora.

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(Pétala Lopes/Fotografia)

Hélio Menezes como fruto de seu tempo

Responsável pela curadoria do Ciclo Afro-Atlântico, realizado pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 2018, Hélio Menezes tem como trabalho recuperar memórias e raízes a fim de reescrever a história dos negros no mundo ocidental.

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(Rodrigo Stutz/Divulgação)
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Um brasileiro preto no Emmy (pela segunda vez)

Na pele de Evandro do Dendê, o ator carioca Raphael Logam vem colocando em pauta todas as nuances do que é viver como um homem preto marginalizado no Brasil. O sucesso da série “Impuros” lhe colocou na disputa pelo Emmy Internacional pela segunda vez consecutiva agora em 2020. Nós conversamos com ele.

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(Jef Delgado/Fotografia)

Ser um homem negro no Brasil

O que é, afinal, ser um homem preto no Brasil? No país que ainda hiperssexualiza seus corpos e espera que o sucesso venha através dos esportes ou da música, convidamos cinco caras para falar sobre quebras de preconceito e impor uma nova masculinidade a todos nós.

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