iscussões em grupos de família, polarização política, conflitos nas redes sociais, incertezas sobre o futuro da educação, saúde, cultura, moradia, medo de usar um adesivo do seu candidato e desgaste para conversar. Todos fatores que podem ser intensificados durante o período eleitoral na vida dos cidadãos e cidadãs brasileiros.
Luisa Susin dos Santos explica que isso acontece porque “é um momento que explicita o conflito”. A psicóloga e especialista em saúde mental coletiva diz que, de maneira geral, as eleições podem gerar muita ansiedade, tensão e até rompimento de vínculos entre os eleitores. Não é à toa que quase metade do eleitorado brasileiro (49%) afirma ter deixado de dialogar sobre política com amigos e familiares nos últimos meses para evitar discussões, conforme uma pesquisa recente do Datafolha.
Ainda, ela destaca que é impossível falar sobre saúde mental em uma perspectiva unicamente individual. “Por mais que a gente viva em uma ideologia neoliberal, a saúde mental não pode ser entendida somente no âmbito privado, porque é sobre como nos relacionamentos com o espaço onde vivemos e está sempre na relação com outro, então tem atravessamentos políticos e estéticos”, continua Luisa, que também atua como psicóloga da política de atenção integral à saúde da população LGBTQIA+.
“Por mais que a gente viva em uma ideologia neoliberal, a saúde mental não pode ser entendida somente no âmbito privado, porque é sobre como nos relacionamentos com o espaço onde vivemos e está sempre na relação com outro”
Luisa Susin dos Santos, psicóloga