alar sobre identidade, gênero e sexualidade é, sem dúvida, falar sobre um espectro enorme, diverso e, muitas vezes, muito difícil de definir com palavras. Dentro dos movimentos que lutam por respeito à diversidade, convencionou-se usar o símbolo “+” no fim da sigla LGBTQIAP+ para não excluir ninguém que não se sinta representado pelas letras em destaque: lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, queer, intersexo, agênero e pansexuais.
No entanto, ao observar mais atentamente as classificações compreendidas na sigla, percebemos que existe uma mistura do que é orientação sexual (lésbica, gay, bissexual – ou seja, nomenclaturas relacionadas à atração de cada indivíduo) e do que é identidade de gênero (transexual, intersexo, agênero – maneira como a pessoa se identifica e se reconhece). Pensando em aumentar a representatividade e incluir pessoas que não se entendem como parte das definições existentes, alguns membros da comunidade cunharam o termo “juvélicos” para definir uma nova gama de nomes a partir de um sistema de atração baseada em gênero.
Também conhecido como sistema GAG (gênero atraído por gênero), os termos juvélicos podem ser considerados orientações sexuais e podem também substituir as definições “tradicionais” (se é que podemos usar essa palavra para algo tão progressista e experimental). Falamos “podem” porque não são termos que possuem o objetivo de substituir orientações como hétero, gay e lésbica, ou de obrigar pessoas que sentem atração por mais de um gênero a falar de todos os detalhes. “São termos que podem ser usados como ferramentas para especificar detalhes ou deixar as coisas mais vagas/inclusivas para quem quer”, escreve o site independente Orientando.org, um dos únicos a fornecer informações sobre termos juvélicos em português.
É importante pontuar também que as terminologias citadas – e as que citaremos adiante – são iniciativas independentes. Ou seja: não são termos oficiais e são um trabalho em constante produção e mudança. Decidimos falar sobre esse universo aqui na Elástica pois acreditamos que, se o propósito é incluir e fazer com que mais pessoas se sintam representadas, isso é algo que merece destaque.