pandemia de Covid-19 afetou diretamente o cinema nacional. As filmagens foram paralisadas, as estreias não ocorreram nas datas previstas e o desemprego de equipes inteiras mobilizou diversas ações afirmativas para combater a fome da categoria. Além disso, salas de exibição foram fechadas ao redor do país: em Salvador, Curitiba e Porto Alegre, o banco Itaú desligou 17 unidades do Espaço Itaú; já em São Paulo, o antigo Cinearte, do Conjunto Nacional, perdeu o patrocínio e só foi reaberto meses depois como Cine Marquise.
É nesse cenário de retomada que acontece a 45ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, entre os dias 21 de outubro e 3 de novembro. A programação conta com 264 filmes, vindos de mais de 50 países, que serão apresentados nas seções Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores, Mostra Brasil e Apresentação Especial, além da Retrospectiva Paulo Rocha. O formato será híbrido, com exibições online e presenciais.
Para ampliar o acesso, o evento apresentará sessões gratuitas no Vão Livre do Masp, Vale do Anhangabaú, Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e Centro Cultural Tiradentes. As sessões dos filmes apresentados nas plataformas Sesc Digital e Itaú Cultural Play também serão sem custo. Os ingressos das outras sessões podem ser comprados no aplicativo da Mostra e têm valores variados: de segunda a quinta, eles custarão R$ 24. De sexta a domingos, aumentam para R$ 30.
O icônico cartaz desta edição é do cartunista Ziraldo. Ele reflete o filme que estará em cartaz, “Ziraldo – Era uma Vez um Menino”, dirigido por Fabrizia Pinto, com música de Antonio Pinto, filhos do artista. O longa conta a trajetória e a obra de Ziraldo, por meio de depoimentos e entrevistas concedidos por ele ao longo de mais de 40 anos, além de sua grande produção. Ao longo de 100 minutos, há reflexões sobre temas como processo criativo, personagens, família, política e a situação do país.
Essa é uma boa oportunidade para conferir produções premiadas e com narrativas que nos levam a pensar sobre a sociedade e o mundo contemporâneo, são temas que abordam questões de gênero, trabalho forçado, romance e sobre as importantes vivências reproduzidas em documentários. Abaixo, selecionamos cinco títulos nacionais que levantam esses debates: