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“É uma felicidade nos ver crescendo, percebendo em nós toda essa potência”

Caio Revela e Beta Boechat contam como consolidaram um relacionamento baseado na confiança, na luta contra a gordofobia e no companheirismo

por Brastemp + Elástica Atualizado em 12 jun 2021, 11h08 - Publicado em 12 jun 2021 01h15
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e Caio Revela não tivesse dado o primeiro passo e sido insistente nas investidas em Beta Boechat, talvez esse relacionamento que se consolidou nos últimos quatro anos não existiria. No começo de 2017, ainda morando no Rio de Janeiro, o casal se encontrou numa festa em que Beta tocava como DJ. Os dois já se conheciam pelas redes sociais, mas foi somente nessa balada que realmente tiveram o primeiro contato. Apesar da intensa troca de olhares, nada rolou. Para Caio, o flerte na internet já era meio caminho andado para que duas pessoas pudessem se curtir. Já Beta era mais receosa e cautelosa nesse sentido. Algum tempo depois da festa, Caio tentou contato novamente e, dessa vez, o date fluiu melhor.

A química e o envolvimento dos dates deram tão certo que, quase dois meses mais tarde, o casal já havia oficializado a relação. A partir daí, a intensidade só aumentou. “Em setembro do mesmo ano, nos mudamos para São Paulo. A gente sempre compartilhou o sentimento de não gostar muito do Rio, sempre tivemos vontade de morar aqui. Quando a gente se mudou foi uma vontade conjunta”, conta Caio.

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(Breno da Matta/Fotografia)

O influencer explica que a decisão foi rápida e assertiva. Ele trabalhava há quase nove anos numa empresa multinacional e vir pra São Paulo o ajudou a dar o pontapé inicial na produção de conteúdo para a internet. Beta sempre trabalhou como freelancer, mas revela que, um mês antes de completar a mudança para a capital paulista, precisou negar uma proposta de trabalho fixo no Rio de Janeiro.

E ainda bem que tudo isso aconteceu exatamente do jeito que precisava rolar. Senão, Caio, Beta e nós, da Elástica, não estaríamos aqui hoje, à convite de Brastemp Retrô, acompanhando um dos últimos cafés da manhã do casal nesta casa. Em pleno Dia dos Namorades, eles nos receberam para falar um pouco sobre a vida a dois, o amor que sentem um pelo outro e como construir uma relação baseada em empatia, conversa e, claro, muito afeto.

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(Breno da Matta/Fotografia)

Casal que produz junto, permanece junto

Não foi apenas uma mudança no endereço que legitimou essa vinda para São Paulo: a relação do casal também foi alterada e consolidada com mais tempo de convivência. “Acredito que rolou um entendimento maior sobre o que o outro quer e consegue fazer. Nós temos mais empatia porque somos duas pessoas gordas dentro de um relacionamento. Foi importante pra gente crescer junto nesse sentido, para o nosso entendimento de corpo também. Acho que me sentiria constrangido em dividir algumas situações que eu passo com uma pessoa magra, porque ela não tem esse acesso no sentido estrutural da gordofobia”, pondera Caio.

“Nós temos mais empatia porque somos duas pessoas gordas dentro de um relacionamento. Acho que me sentiria constrangido em dividir algumas situações que eu passo com uma pessoa magra, porque ela não tem esse acesso no sentido estrutural da gordofobia”

Caio Revela

Levantar essa pauta foi importante para a construção dos dois não só como criadores de conteúdo para a internet, mas também como ativistas do movimento body positive. “Nós não somos apenas um casal que mora junto, mas que também trabalha junto falando sobre exposição da própria imagem, das próprias vulnerabilidades, e acho que se a gente não tivesse nesse processo de se apoiar mutuamente, a gente teria quebrado no meio do caminho”, afirma Beta. 

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Para eles, a confiança e o respeito pela individualidade de cada um são os ingredientes secretos para um relacionamento saudável. Beta acredita que é preciso compreender os momentos em que cada um precisa ficar sozinho, mas também ter a consciência de que não ter nenhum ‘assunto proibido’ dentro da relação traz um diferencial. “Não tem nada que é indiscutível ou inegociável pra gente. Acho que se eu tivesse que ficar me podando na frente do Caio ou vice-versa, a gente não funcionaria tão bem”.

“Não tem nada que é indiscutível ou inegociável pra gente. Acho que se eu tivesse que ficar me podando na frente do Caio ou vice-versa, a gente não funcionaria tão bem”

Beta Boechat
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(Breno da Matta/Fotografia)

Combate à gordofobia: humor ácido e deboche

Defender pautas minoritárias sempre foi um desafio para produtores de conteúdo na internet. Lidar com os haters e todos os comentários negativos pode ser exaustivo demais. Caio lembra que a primeira vez em que sofreu um ataque de ódio foi há alguns anos no Facebook, quando fizeram um bolão para saber com quantos anos ele infartaria. “Várias pessoas chutaram com que idade eu ia morrer e tive uma crise muito feia nesse dia. Hoje, em relação à gordofobia, tem pouca coisa com que eu me importo. As pessoas costumam me chamar de orca ou baleia, mas escuto isso desde que tenho 8 anos de idade, então não ligo”, afirma.

O influenciador encontrou uma maneira super autêntica e bem humorada de lidar com esses ataques gordofóbicos. Tanto que responder comentários de haters em seu Instagram se tornou um quadro especial do IGTV. “É o hit da minha página, eu costumo chamar de o verdadeiro entretenimento de qualidade”, comenta, rindo.

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(Breno da Matta/Fotografia)

Se com os comentários gordofóbicos Caio lida bem, quando o assunto é relacionamento o buraco é um pouco mais embaixo. Recentemente, Beta resolveu se assumir como uma pessoa não-binária e as críticas se tornaram mais intensas. “O que me afeta muito hoje é quando recebo um comentário falando que o Bê fez isso só pra aparecer”, Caio revela.

Como se não bastassem os comentários desnecessários, as perguntas indiscretas do público surgem aos montes em sua DM. “Perguntam pro Caio o que ele acha disso, qual é a minha sexualidade agora, se eu sou gay ou não sou, e existe todo um processo de invalidação desse relacionamento e da minha identidade de gênero”, conta Beta.

“Produzir conteúdo é isso: se não tem alguém falando, criticando e se incomodando com o que temos a dizer, então algo está sendo feito de forma errada”

Beta Boechat
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(Breno da Matta/Fotografia)

Apesar dos percalços, o casal lida bem com as críticas de maneira geral. “Produzir conteúdo é isso: se não tem alguém falando, criticando e se incomodando com o que temos a dizer, então algo está sendo feito de forma errada”, afirma Beta.

Com quatro anos de relacionamento e de ativismo ferrenho no movimento corpo livre e body positive, a dupla acredita que ver pessoas gordas ocupando espaços que antes eram vistos como ‘proibidos’ para pessoas fora do padrão é a grande vitória que faz tudo ganhar sentido. “As pessoas pensam que o empoderamento é só sobre se sentir bonito, mas pra mim tem a ver com lutar pelos meus direitos e comprar, sim, determinadas brigas”, afirma Caio.

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(Breno da Matta/Fotografia)

Tchau, SP!

Muitas pessoas costumam romantizar o ‘morar junto’. No entanto, acreditar que serão apenas dias tranquilos, repletos de muita paz e harmonia, pode ser um pensamento ingênuo. É importante aprender a negociar e lidar com o outro de forma maleável e respeitosa. No caso de Caio, a mudança o fez perceber o quanto ele era mais metódico e curtia organizar a casa. Já Beta viu na sua aptidão pela cozinha uma maneira de colocar em prática um hobby já muito cultivado quando morava com a família. 

“As pessoas pensam que o empoderamento é só sobre se sentir bonito, mas pra mim tem a ver com lutar pelos meus direitos e comprar, sim, determinadas brigas”

Caio Revela

Para Beta, todo relacionamento é uma constante negociação, e não ter romantizado esse processo quando foram morar juntos colaborou para que, hoje, eles construíssem um relacionamento saudável. É claro que, com a chegada da pandemia e a necessidade de ficar em casa a maior parte do tempo, algumas questões surgiram, como a dificuldade de passar um tempo sozinho. Pensando nisso, eles tomaram a decisão de encerrar o ciclo na terra da garoa. Como um bom casal intenso, resolveram mudar o cenário dessa história: Caio e Beta deixarão o apartamento de 50 m² em São Paulo e vão se mudar para o interior – tudo para garantir um contato mais forte com a natureza, a fim de espairecer a mente e fugir da caoticidade da capital paulista.

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(Breno da Matta/Fotografia)

“Quando olho pra trás e lembro da gente chegando em São Paulo, vejo quase dois adolescentes perdidos sem saber o que fazer. Para mim, é uma felicidade imensa ver que a gente tá crescendo junto, se conhecendo e percebendo em nós toda essa potência. A gente brinca, falamos que somos um power couple, mas é real: eu sinto como se tivéssemos construindo um império”, afirma Caio. 

O casal não levará apenas roupas e boas lembranças desse tempo na capital paulista, mas também o mais novo membro da família: Alfredo. Caio afirma que ter um cachorrinho trouxe outra energia pra casa, além de saber que agora eles têm mais uma responsabilidade. 

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(Breno da Matta/Fotografia)

O amor nunca sai de moda

Caio foi um dos influencers convidados por Elástica e Brastemp Retrô para falar do que realmente nunca sai de moda com o passar dos anos: o amor. Embora o casal seja do tipo que não é muito apegado em datas e grandes comemorações, eles desenvolveram pequenos hábitos particulares durante esses anos de namoro para celebrar a vida a dois. “A gente gosta mesmo é de pegar o carro e sair por aí sem rumo. Antes da pandemia, nosso passatempo preferido era jantar em algum restaurante que gostamos”, revela Caio.

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(Breno da Matta/Fotografia)

“Relacionamento é a arte de convivência, quase estratégia de guerra. Não adianta romantizar a vida a dois porque o amor não cura tudo. Apenas a abertura para o diálogo pode acabar com todas as feridas”

Beta Boechat

Quando o assunto é convivência, respeito e companheirismo, Caio e Beta dão uma baita aula. “As pessoas pensam que, quando o relacionamento acaba, é porque dá errado. Eu acho justamente o contrário. Cada dia que esse relacionamento existiu é porque deu muito certo. Relacionamento é a arte de convivência, quase estratégia de guerra. Não adianta romantizar a vida a dois porque o amor não cura tudo. Apenas a abertura para o diálogo pode acabar com todas as feridas”, acredita Beta. 

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As imagens que você viu nessa reportagem foram feitas por BRENO DA MATTA. Confira mais de seu trabalho aqui.

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