paixão de Matheus Gelesov por Pokémon começou aos quatro anos de idade. Fruía o jogo dos monstros de bolso em um Gameboy, console portátil da Nintendo. “Virou um vício, é onde baseio muito das minhas inspirações pessoais”, disse Gelesov, hoje um professor de arte e design gráfico de 21 anos.
No ensino médio, Matheus passou o apego adiante. Apresentou Pokémon à então namorada Michelle Chagas. Em 2016, a dupla, que mora na capital de paulista, começou a elaborar o game Pokémon Samba. Nessa reinterpretação da franquia japonesa os personagens são inspirados na cultura brasileira. Há uma chefona vestida como passista de escola de samba, por exemplo.
É uma manifestação de amor. O sentimento sustenta e justifica os fan games, ou jogos de fãs, como o Pokémon Samba. Esses projetos demandam anos de dedicação, se apropriam de personagens famosos – além de Pokémon, há versões de Mario, Sonic, Batman e praticamente tudo que há de relevante na cultura pop – e sem intenção de lucro. Uma mistura de trabalho e diversão que escapa da taxonomia convencional do capitalismo.
E se “o amor só é bom se doer”, ainda por cima há o risco de tomar um processo dos próprios donos da marca. Vai amar, vai sofrer, canta Vinicius em seu mais famoso afrosamba.
“Virou um vício, é onde baseio muito das minhas inspirações pessoais”
Matheus Gelesov, designer