esconstruir e reconstruir Afrodite sob o olhar de uma mulher preta. É assim que a rapper Larissa Luz define seu novo EP Deusa Dulov Vol.1, lançado na última sexta-feira e composto por cinco faixas que falam de amor afrocentrado de um jeito bem direto e… caliente. A primeira delas, “Afrodate”, tem parceria com Tropkillaz e ganhou um clipe que segue a mesma linha. “A música e a arte são um caminho de transformação, ferramentas para que a gente possa evoluir emocionalmente, psicologicamente, estruturalmente… Estamos aprendendo sobre o amor entre nós, constantemente, e me sinto assim: em constante aprendizado e evolução, construindo passo a passo um cenário harmonioso, descolonizado, onde nosso povo é uma constatação futura em contradição à planejada extinção que traçaram para nós”, ela conta.
Dedicar todo um EP para essas questões, na visão da artista, é um desses passos para, aos poucos, questionar o que pessoas negras aprendem desde pequenas em relação ao amor e à forma de se relacionar. “O resgate de possibilidades, acessos e sentimentos que nos foram negados durante um processo árduo de colonização não é algo supérfluo, é extremamente relevante dentro da nossa busca de viver numa realidade mais igualitária e menos violenta”, completa.
E, se é para fazer isso, ainda melhor que seja de forma leve, descontraída e dançante. “O sofrimento é inerente à nossa existência, tentar passear por questões complexas com leveza e otimismo é acreditar na nossa felicidade. Eu acredito!” É com essa energia que Larissa Luz responde nossa Cama Elástica, uma série de perguntas às vezes divertidas, às vezes sentimentais, que resgatam parte do passado de cada entrevistado e, ao mesmo tempo, o faz pensar no que vem por aí. O resultado você confere aqui embaixo: