Desde que a pandemia do novo coronavírus atingiu escala global, afetando a economia e as atividades comerciais de diversos setores, poucos são os ramos que não sofreram com isso. A necessidade de adotar o isolamento social para conter a disseminação da doença pegou de jeito instituições de ensino, espaços terapêuticos, academias, barbearias, armarinhos, papelarias, bares e restaurantes, casas noturnas, centros de espetáculos e esportivos, cinemas, artistas. Lojas de toda sorte de produtos “não essenciais”, além de shopping centers, salões de beleza, motoristas de aplicativo, pequenas, médias e grandes empresas… difícil é pensar em alguma modalidade de negócio que não tenha tomado um baque financeiro com essa repentina portada na cara que já dura meses. Mas, em toda crise, tem sempre alguém que se dá melhor. Supermercados, gigantes do e-commerce, sistemas de pagamentos online, operadoras de telefonia móvel e internet, bancos e farmácias, por exemplo, seguem e seguirão firmes e fortes.
Cresceu também a venda de bebidas alcoólicas. De acordo com pesquisa da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), as vendas das distribuidoras aumentaram 38%, enquanto nos mercados o crescimento foi de 27%. Se bombou o consumo desse tipo de droga lícita, não é de se estranhar que a modorrenta “nova normalidade” também tenha alavancado a procura pelas substâncias recreativas ilícitas, como a maconha. Na Califórnia, números atestam o impulso da demanda em mais de 150% na comercialização de cannabis, segundo levantamento da empresa de pesquisa americana Headset – vale lembrar que, por lá, parte desse consumo é legalizado. A fim de evitar aglomerações, estados americanos como Massachusetts, Michigan e Illinois regulam serviços de entrega em casa, enquanto na Holanda os coffee shops, inicialmente interditados por serem considerados espaços de sociabilização, agora já entraram na lista de “serviços essenciais” do governo, de modo a boicotar a atuação do tráfico e de olho no crescente lucro da vendagem de erva durante a quarentena.
“Logo na semana do dia 15 de março, quando a maioria dos escritórios viu que não tinha jeito, que iam ter que mandar seus funcionários para home office, a loucura já começou”
JJ, dealer