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MAMA: conscientização pela vida das mulheres

Projeto nasce para fortalecer culturas de prevenção sobre o câncer de mama

por Gabriela Rassy Atualizado em 23 out 2023, 14h49 - Publicado em 19 out 2023 11h50

Em uma era onde a saúde se tornou um capital precioso, especialmente após a pandemia da covid-19, a conscientização sobre o câncer de mama tem se mostrado cada vez mais essencial. Nesse contexto, surge o projeto MAMA – Culturas de Prevenção, uma iniciativa que busca ir além dos números, promovendo uma mudança cultural no modo como a sociedade aborda a prevenção à doença.

O projeto surge em um momento em que há uma baixa produção de campanhas de conscientização e prevenção, com o tema ficando adormecido até a chegada do Outubro Rosa. No entanto, com o tema da saúde ganhando destaque, surge a necessidade de olhar mais atentamente para a prevenção e longevidade. É o que afirma Julia Presotto, co-fundadora do projeto: “Após a pandemia, percebemos a importância de estar saudável. Por isso, é preciso transformar o conhecimento, hoje circunscrito nos universos médico, científico e acadêmico, em ferramenta de prevenção e cura.”

A principal proposta do MAMA é sensibilizar mulheres, especialmente aquelas em contextos de vulnerabilidade social. Dando ênfase à criatividade e arte contemporânea como poderosas ferramentas de impacto, Lucie Alessi, co-fundadora do projeto, acredita na necessidade de conectar territórios sensíveis a temáticas sociais, comunitárias e relacionais: “Queremos abordar o tema pela ótica da saúde propositiva e não apenas da doença. Sob essa perspectiva, a criatividade se torna uma ferramenta poderosa para trazer cidadania, educação e saudabilidade. A arte contemporânea e outros territórios sensíveis que estamos trazendo precisam se conectar com temáticas sociais, comunitárias, relacionais, participativas, por exercerem um caráter transdisciplinar”, explica.

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Câncer de mama29% dos tumores malignos registrados anualmente2° neoplasia mais incidente em mulheres de todas as regiões do BrasilEstima-se 73.610 casos novos em 2023, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres(INCA, 2022).

“Após a pandemia, percebemos a importância de estar saudável. Por isso, é preciso transformar o conhecimento, hoje circunscrito nos universos médico, científico e acadêmico, em ferramenta de prevenção e cura”

Julia Presotto, co-fundadora do projeto
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(MAMA/Divulgação)

Hábitos prejudiciaisConsumo de alimentos gordurosos, processados e ultraprocessados, ricos em conservantes e sódio, consumo de açúcar está relacionado a 35% dos casos de câncer de mama.Consumo de bebidas alcoólicas aumenta de 7 a 10% a cada 10g (~1 dose) de álcool consumido diariamente por mulheres adultasObesidade e o sobrepeso estão associados ao aumento de 50% a 250% do risco em desenvolver câncer de mama(IARC /Instituto de pesquisa para o Câncer da OMS)

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Pela vida das mulheres

O MAMA nasce primeiro da experiência pessoal de Julia, que perdeu a mãe para o câncer de pulmão e a tia para o de mama. A partir de sua jornada, ela decidiu que era hora de agir e trazer mais mulheres para este diálogo.

O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil. Segundo dados compartilhados pela médica mastologista Samira Juliana de M. Machado, este tipo de câncer corresponde a 29% dos tumores malignos registrados anualmente. E quando se fala em prevenção, hábitos de vida saudáveis, como boa alimentação, atividade física regular e abstenção de álcool, são essenciais. A profissional destaca que até um terço dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com a adoção desses hábitos. “Quando falamos em mortalidade, o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, com patamares diferenciados entre as regiões, segundo o INCA. Em 2021, a taxa de mortalidade por câncer de mama foi 11,71 óbitos a cada 100.000 mulheres, sendo os índices maiores nas regiões Sudeste e Sul”, aponta.

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“Queremos abordar o tema pela ótica da saúde propositiva e não apenas da doença. Sob essa perspectiva, a criatividade se torna uma ferramenta poderosa para trazer cidadania, educação e saudabilidade. A arte contemporânea e outros territórios sensíveis que estamos trazendo precisam se conectar com temáticas sociais, comunitárias, relacionais, participativas, por exercerem um caráter transdisciplinar”

Lucie Alessi, co-fundadora do projeto
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(MAMA/Divulgação)
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O projeto reitera essa necessidade de suporte, informação e protagonismo, em especial para mulheres. Carla Almeida, Head de Mobilização Social do projeto, enfatiza a importância de abordagens que “considerem o impacto dos determinantes sociais em saúde tanto em relação ao acesso à informação quanto aos serviços de rastreamento e assistência no sistema de saúde”. Ela afirma também que, “através do eixo de mobilização social, pretendemos ampliar o engajamento relacionado à prevenção do câncer de mama, articulando ações multissetoriais, transversais e culturalmente adequadas”.

Um ponto fundamental é o diagnóstico precoce. Como Samira Machado esclarece, casos de câncer de mama têm em média 95% de chances de cura. Mitos ainda circundam o câncer de mama, e é imperativo esclarecê-los. Por exemplo, apenas 10 a 15% dos casos de câncer de mama são hereditários, enquanto a maioria dos casos são esporádicos. “O uso de desodorantes e sutiã não estão associados ao desenvolvimento de câncer. Nenhum estudo clínico comprovou uma associação. Assim como as emoções, como tristeza e culpa, elas também não são causas de câncer de mama. Pessoas felizes e bem resolvidas também podem desenvolver a doença”, esclarece.

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“O uso de desodorantes e sutiã não estão associados ao desenvolvimento de câncer. Nenhum estudo clínico comprovou uma associação. Assim como as emoções, como tristeza e culpa, elas também não são causas de câncer de mama. Pessoas felizes e bem resolvidas também podem desenvolver a doença”

Samira Machado, médica mastologista e cirurgiã oncologista
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O melhor exame para rastreamento continua sendo a mamografia, que faz uma compressão leve e controlada nas mamas. Segundo a mastologista, a mamografia é superior ao ultrassom e a ressonância de mamas, e a sua realização anual está associada à detecção precoce do câncer de mama e redução nas taxas de mortalidade. Ou seja, a mamografia salva vidas!

O projeto MAMA – Culturas de Prevenção surge como uma iniciativa essencial em tempos atuais. Sensibilizar, informar e transformar são os pilares de um movimento que busca salvar vidas e mudar a maneira como a sociedade enxerga a prevenção do câncer de mama.

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