Elástica recomenda: ler, ouvir, assistir e prestigiar mulheres
Lembre-se: essa é uma recomendação que vale para o mês internacional da mulher e também para o resto do ano, ok?
por RedaçãoAtualizado em 14 mar 2022, 14h16 - Publicado em
11 mar 2022
00h20
Vamos, galera, mulheres!!!
Março é o mês internacional da mulher. Um mês de luta, de visibilidade para a pauta da equidade de gênero, um mês de conscientizar – e não dar flores. É um período também para refletirmos sobre essa desigualdade e pensarmos maneiras de mudar nossas atitudes para gerar impacto o ano todo. Por isso, durante todo o mês de março, reforçamos ainda mais nosso compromisso em falar sobre mulheres inspiradoras, ativistas e ativas em suas áreas para promover mudanças. Aqui, no Elástica Recomenda, também vamos fazer isso, indicando apenas livros, filmes, séries, marcas e outras iniciativas criadas e realizadas por mulheres. Vem com a gente que a lista tá ótima!
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Booksmart Eu amo filmes levinhos que me transportam para uma realidade onde os problemas são mais simples e fáceis de serem resolvidos – o famoso água com açúcar. É por isso que Booksmart é um dos meus favoritos! O longa, dirigido por Olivia Wilde, conta a história de duas amigas super esforçadas que, no último ano da escola, resolvem cair na farra.
Tudo começa quando a estudiosa Molly (Beanie Feldstein) descobre que um bando de garotos que ela considera perdedores também estão indo para as melhores universidades. É aí que ela se sente uma farsa e se junta a Amy (Kaitlyn Dever) em busca de festas com o objetivo de recuperar o tempo perdido – se você já viu Superbad, reconhecerá o clima dessa aventura. O longa é cheio de diálogos nostálgicos, questionamentos de estereótipos e reviravoltas divertidas. No entanto, o que chama mais atenção é a importância da amizade nessa época tão complexa que é a adolescência.
O gênero da literatura de crime sempre teve um espaço guardado no coração dos fãs. De Arthur Conan Doyle à Agatha Christie, passando por Raymond Chandler e, mais recentemente por Stieg Larsson, os livros policiais são frenéticos, misteriosos, incômodos. Nesse rol, uma autora até então desconhecida no Brasil ganhou espaço no final do ano com o lançamento de Fachada, pela DBA Editora.
Nascida e criada em Nova York na virada do século 20, Elisabeth Sanxay Holding, teve uma vida abastada. Casou-se com um diplomata britânico e passou a vida escrevendo romances. Com a explosão do noir, nos anos 1930, ela também se dedicou às histórias policiais.
Fachada destaca-se por sua escrita intimista e altamente psicológica. Na história, que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, uma mãe de família cujo marido luta no outro lado do Atlântico precisa lidar com o assassinato do namorado vigarista de sua filha de 16 anos – um relacionamento que ela não aprovava por ele ser mais velho e estar em processo de separação de sua esposa. Lucia Holley passa a se envolver com gângsteres e chantagistas ao mesmo tempo que tenta despistar a polícia e seus amigos da alta sociedade, encontrando apoio apenas de sua criada – uma mulher negra.
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Escrito em 1947, “Fachada” está muito à frente de seu tempo. Debate questões feministas, como a posição da mulher na sociedade, e também toca profundamente na invisibilidade dos negros em um substrato social altamente racista. Fala também sobre desejo, emancipação e as dificuldades de maternar. O livro virou filme em 2001, chamado “Até o Fim”, protagonizado pela maravilhosa Tilda Swinton. Ambos são imperdíveis.
Tudo sobre o amor: novas perspectivas, bell hooks Este pisciano prestes a fazer aniversário não poderia ter outra recomendação para essa semana. O livro de bell hooks não é novidade, mas finalmente entendi porque tanta gente fala que ele é uma leitura obrigatória para os nossos tempos. Com muito embasamento teórico, delicadeza e jeitos transformadores de olhar para o amor, a autora estadunidense se propõe a investigar como esse sentimento se manifesta em todas as relações – não só nas românticas, mas nas familiares, nas amizades, nas relações profissionais e religiosas. Sem deixar, claro, de falar sobre autoamor.
Terminei o livro encantado com as propostas de bell hooks sobre como o amor, e uma ética do amor, seriam o caminho para promover reais mudanças na sociedade, para atingir a tão sonhada igualdade – de gênero e racial. Destaco aqui uma das frases que mais me marcou e que aparece logo no início do livro: “Contemplar a morte sempre me leva de volta ao amor“.
Revista Recorte Durante a faculdade e o curso de Design, sentia falta de alguns textos mais críticos e contemporâneos sobre a área, e pelo jeito não estava sozinho. Fiquei muito animado quando descobri sobre o lançamento da revista Recorte em março de 2021 – por acompanhar o Estúdio Passeio, que já ilustrou uma matéria linda pra gente aqui na Elástica 😛 – justamente com essa proposta. Uma publicação focada em um debate mais ampliado e pensado para a realidade brasileira sobre o mercado, prática do design e processos de criação.
A revista é editada por Dominique Kronemberger e Flora de Carvalho, fundadoras do Estúdio Passeio – responsável pelo design, comunicação e produção da publicação. Ao longo desse primeiro ano de existência, diversos textos foram publicados, como: homenagem à Carmen Portinho, manual de leitura de clássicos textos do design, artigos as escolas soviéticas de design, sobre paulo freire e seu método inovador da alfabetização e até discussões sobre símbolos brasileiros como o Zé Gotinha. O compilado desses textos foi lindamente editado e publicado em uma belíssima versão impressa, mas você também pode ler todos os textos aqui.