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O fenômeno Não Inviabilize

Com mais de 60 milhões de reproduções no streaming, Deia Freitas conta como criou o podcast independente mais ouvido do Brasil

por Alexandre Makhlouf Atualizado em 5 abr 2022, 19h14 - Publicado em 5 abr 2022 00h03
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(João Barreto/Ilustração)

“Você se considera uma pessoa famosa, Deia?”, pergunto, já no final da entrevista. “Nossa, não. Nem um pouco. Não mesmo. Nãããão”, ela responde, rindo na sequência. Uma risada que eu já estou acostumado a ouvir e que, quase sempre, me faz rir também. Deia Freitas e eu, ao contrário do que você deve estar pensando, não somos amigos de longa data e nem trocamos piadas e memes no WhatsApp, como manda a boa amizade contemporânea. Eu sou, na verdade, apenas um dos 600 mil de ouvintes que, quase diariamente, apertam play para ouvir uma das histórias deliciosas que Deia tem para contar no canal Não Inviabilize, que pode ser acessado gratuitamente em todas as plataformas de streaming. 

Histórias essas que vêm de todo canto do Brasil e são enviadas por sua audiência fiel. Digo isso porque, além dos números expressivos que fazem do Não Inviabilize o maior podcast independente do país – ele só fica atrás do Mano a Mano, uma produção Spotify com ninguém menos que Mano Brown –, a comunidade que ouve e apoia o podcast é também responsável por manter a engrenagem girando. Atualmente, são quase 20 mil assinantes, que contribuem mensalmente com R$ 10 na plataforma Apoia.se para que Deia e sua equipe de 12 pessoas continue produzindo o entretenimento que a gente adora. Como contrapartida, essa base de fãs e contribuintes têm acesso a histórias exclusivas, que só depois vão para os canais gratuitos. 

Outra vantagem dos assinantes é poder ouvir as histórias no aplicativo do Não Inviabilize,  uma das mais recentes novidades. “Em breve, quem não paga vai poder ouvir pelo aplicativo também. Quero conseguir deixar tudo lá. As histórias gratuitas estarão lá pelos links, assim não perco as métricas e continuo nos rankings”, Deia explica. Criado do zero, o app foi feito já pensado em código aberto. Ou seja: se os planos de Deia e dos desenvolvedores derem certo, o aplicativo será um serviço que qualquer podcaster poderá contratar para não depender dos streamings. 

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(João Barreto/Ilustração)

Como tudo começou

O fenômeno Não Inviabilize não teve início do jeito que conhecemos. A paixão por contar histórias foi algo que teve início na adolescência, quando Deia, aos 15 anos, trabalhava em uma agência de publicidade em Santo André, sua cidade natal, fazendo classificados. “Eu era a única que digitava e os anúncios eram diversos: venda de automóvel, obituário, gente procurando um amor. Pensa que era há 31 anos, não tinha internet, era tudo mato real!” 

Daí para frente, contar histórias tornou-se um hobby que ela colocava em prática no blog Não Inviabilize – o precursor do podcast – e também em sua página do Twitter. Sair do texto e migrar para o áudio, a decisão de milhões, só veio por insistência externa. “Foi uma amiga, a Priscila Armani, que também é podcaster, que me convenceu. Eu não tinha interesse e não sabia como funcionava, mas ela falou tanto que eu fiz um canal no Telegram para contar histórias pelos áudios. Fiquei  um ano fazendo isso e, um pouco antes de a pandemia começar, tomei coragem e fiz um podcast”, Deia lembra.

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(Deia Freitas/Arquivo)

E, antes de estourar, foi necessário resiliência para ver a luz no fim do túnel. Com dois episódios publicados, a pandemia de covid-19 estourou, Deia estava desempregada e sem grana extra para seguir gravando em estúdio. O jeito foi continuar acreditando na contação de histórias e gravando de seu quarto, dentro de uma caixa de papelão. “Que, por acaso, é a caixa que eu uso até hoje. Já comprei uma cabine, mas ainda não chegou. É um perrengue e eu podia ter melhorado nesse tempo todo? Podia, mas já tá tudo ajeitadinho…”, ela completa.

E é sem mexer em time que está ganhando que Deia mostra que, sim, esse ditado tem seu valor. Além dos números expressivos e parcerias comerciais com clientes como Netflix e Johnson&Johnson, o Não Inviabilize está prestes a se tornar um produto transmídia. Ainda este ano, chegam às prateleiras os livros Picolé de Limão e Luz Acesa, coletâneas em texto das melhores histórias desses dois quadros do canal – que falam sobre perrengues, quase sempre em relacionamentos, e histórias sobrenaturais de dar arrepio, respectivamente. Outra novidade é que já está em produção, em parceria com a produtora de vídeo Fábrica, a série do Picolé de Limão, com estreia prevista para 2023 se tudo correr conforme o cronograma. Como inclusão também é papo sério para Deia, todas as 400 histórias já gravadas vão ganhar versões em libras, disponíveis no aplicativo. 

A cereja do bolo? Um novo quadro para o canal que terá importância histórica. “Vamos contar as histórias de pessoas que foram impactadas positivamente pelos programas sociais do governo Lula. É um trabalho que quero fazer voluntariamente para, no final, trazer o Lula e perguntar se aquele programa social vai voltar, que alternativas as pessoas vão ter, até para termos algo para cobrar quando ele for eleito.” Outra novidade é que, nesta terça-feira, 5, Deia estreia também no Indiscutível, podcast em que discute notícias engraçadas e inacreditáveis ao lado de Camila Fremder. Falamos sobre tudo isso – e sobre a trajetória dessa gigante da podosfera – no papo a seguir:

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(João Barreto/Ilustração)

Em dois anos de podcast, me corrija se eu estiver enganado, você se tornou uma das maiores do país, perdendo no Spotify só para o Mano Brown, e também o único que eu conheço que tem aplicativo próprio. Como isso mudou sua rotina? Qual sua parte favorita de fazer o Não Inviabilize?
Bom, eu comecei logo antes da pandemia, consegui gravar só dois episódios em estúdio e, depois disso, passei a gravar tudo em casa, dentro de uma caixa de papelão, que, por um acaso, é a caixa que eu uso até hoje. Eu já comprei uma cabine, mas ela ainda não chegou. Ainda gravo na caixa de papelão até hoje. Era um perrengue. Eu podia ter melhorado nesse tempo todo? Podia, mas já tá tudo ajeitadinho… 

Pra você ter uma ideia, eu tinha pouquíssimos assinantes, não tinha trabalho. Postava as histórias no canal do Não Inviabilize e vivia do Auxílio Emergencial do Governo. Foi só depois de um ano que a coisa começou a virar, conseguimos mais assinantes e consegui melhorar a estrutura do podcast. Uma das coisas que eu queria fazer era um aplicativo, mas isso é muito caro pro modelo que eu queria. Agora que ele está pronto, que eu já gastei e banquei, desenvolvi do zero, eu quero que esse app se torne um serviço pra galera podcaster. Sei lá: cobra R$ 99 reais por mês para ser o app do seu podcast, vai lá e faz! É uma mão na roda ter um aplicativo próprio, aproxima muito a gente do ouvinte… Se você quer monetizar seu podcast de alguma forma, estar próximo de quem te ouve é o melhor caminho. Estou tentando convencer o Ronildo, desenvolvedor do aplicativo do Não Inviabilize, a lançar esse serviço. Quero que seja aberto para quem precisar. Eu já gastei, concorda? O dinheiro usado foi todo do financiamento coletivo. Então, por que não transformar isso num bem para outros podcasters? Para mim, não tem problema nenhum ter um app igual.

Dá pra viver de podcast no Brasil? E como que é sua relação com as principais plataformas de streaming?
Não dá. O meu é fora da curva, eu ouço podcasts maravilhosos que não têm apoio nenhum – e isso é muito triste, porque as plataformas não investem quase nada nos podcasts, é um ou outro que tem contrato de exclusividade e, daí, vem uma grana. Eu não tenho relação com as plataformas, ele é independente, e se ele não fosse fora da curva, não tivesse assinantes, eu seria mais uma pessoa gerando conteúdo com dinheiro do próprio bolso.

“Não dá pra viver de podcast. O meu é fora da curva. Ouço podcasts maravilhosos que não tem apoio nenhum – e isso é muito triste, porque as plataformas não investem quase nada. Meu podcast é independente, e se ele não fosse fora da curva, não tivesse assinantes, eu seria mais uma pessoa gerando conteúdo com dinheiro do próprio bolso”

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Já te chamaram para ser exclusiva de alguma plataforma?
Todas. Só que, comercialmente, não é interessante para nós agora. Especialmente porque eu tenho outros projetos. Livros, o Não Inviabilize está virando série… Em todos os contratos com essas plataformas maiores, você acaba ficando preso para desenvolver esses desdobramentos. E, nesse momento, não faz sentido para mim ter um contrato de exclusividade. Série: produtora fábrica, já fizeram a bíblia da série, vai ser sobre casos do Picolé de Limão

Os 2 maiores podcasts brasileiros são de pessoas pretas, enquanto a mídia tradicional – a TV, a publicidade – ainda esconde corpos negros. Como você avalia esse fenômeno?
Sendo bem sincera? Mano Brown é Mano Brown, não tem o que dizer, vai estar em primeiro lugar em qualquer coisa que ele colocar a mão. E, sobre mim, acredito que a maioria das pessoas que me ouve não sabe como eu sou. Acho que isso pesa real. Toda vez que eu posto uma foto no Instagram, sempre tem alguém nos comentários falando “nossa, achei que você fosse loira”, “não imaginava que você era assim”. As pessoas ainda não conseguem ligar uma pessoa como eu a um podcast de sucesso. É um comentário escroto, mas sempre tem.

Há alguns meses, você divulgou uma vaga de trabalho que era só para pessoas racializadas, e o chorume da internet caiu todo sobre você. Por que é tão difícil para as pessoas olharem para uma mulher preta fazendo sucesso – e puxando mais gente com ela?
Recebo críticas e hate até hoje, além de ter um prejuízo de R$ 15 mil mensais – mais de 1.500 pessoas cancelaram a assinatura no dia do anúncio da vaga, e estou falando de gente que já me acompanhava há muito tempo. Acho que uma pessoa como eu, mulher negra, estar em uma posição de contratação, e ainda pagando bem, foi meio afrontoso para a percepção dessa galera. Não foi a minha intenção em momento algum, o que eu queria era fazer as coisas em formato de edital, porque tudo que eu posto vira uma chuva de perguntas. E aí minha vida ia virar um inferno com todas as perguntas sobre essa vaga. Aí, resolvi colocar todas as informações já no post de divulgação. Em nenhum momento eu fiz para mostrar quanto eu poderia pagar. O valor que eu coloquei lá é um valor que o mercado paga quando paga de maneira justa. Não tinha nada demais ali. Tenho visto mais vagas em outros perfis sobre vagas para pessoas indígenas e negras, e não rola o mesmo hate. Por que comigo rolou? E detalhe: fui atacada pela esquerda também, não só pela direita.

Você sabia que a audiência era tão…diversificada assim?
Então, é meio louca a minha audiência, porque todo dia alguém novo encontra um episódio em que eu falo sobre o Lula – só falei dele uma vez no podcast – e vem me xingar. “Não vou te ouvir mais por causa disso”, é o que a maioria fala. Depois de duas semanas, a mesma pessoa volta pra comentar alguma outra história. No começo, eu recebia muitos comentários de gente que me ouvia e era homofóbica, que se incomodava e falava que meu podcast não iria pra frente por causa disso, e eu sempre respondia: “olha, você pode ouvir outra coisa, não precisa me ouvir, eu não vou mudar”. Quando a pessoa é grossa, homofóbica, racista, eu também sou grossa real. Normalmente, essas pessoas voltam também, dizendo que a forma como eu conto as coisas faz diferença. Se deixou ou não de ser homofóbico, eu não sei, mas se quer consumir meu conteúdo, é disso que eu vou falar. Ainda mais sendo independente. Ouve quem quer, existem milhares de podcasts. Crítica tem todo dia. Dos heterotops, então… Quando eu posto história de corno, eles ficam ofendidos real. Aí eu pergunto: “é você na história? Não, né? Então, pronto!”. E olha que tem uns cornos que a gente deveria dar até o arroba, porque olha…

“Acho que uma pessoa como eu, mulher negra, estar em uma posição de contratação, e ainda pagando bem, foi meio afrontoso para a percepção dessa galera. Não foi a minha intenção em momento algum, o que eu queria era fazer as coisas em formato de edital”

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Você falou que muita gente se convence e muda de opinião depois de te ouvir… Qual é o maior poder que existe em ser uma contadora de histórias?
Não costumo militar diretamente nas histórias, mas você vai achar histórias que têm como pano de fundo a gordofobia, por exemplo. O jeito que eu encontrei de fazer o combate à homofobia é contando histórias de amor de gays, de lésbicas… Esse é meu jeito de fazer. Gosto muito quando alguém me escreve falando que sempre foi contra homem com homem, mas ouviu “Girassol” e chorou – é uma história sobre dois homens que adotaram uma criança. Esse poder de conseguir trazer as pessoas para as histórias, para que elas consigam se imaginar vivendo aquilo, esse é o verdadeiro poder de um contador de histórias.

Você é formada em psicologia e muitas das histórias que você conta, em especial as dos Picolés de Limão, acabam trazendo casos que, agora, são engraçados, mas podem deixar as pessoas traumatizadas. Além dos conselhos da audiência, você também aconselha as pessoas que te procuram para contar histórias?
Então, não, porque o papel do psicólogo nem é esse, estando ou não no podcast. Eu procuro ter o cuidado de perceber se a pessoa está pronta para o retorno daquela história. Primeiro, de se ouvir – às vezes, a pessoa me escreve e, quando vou conversar, percebo que a pessoa está com a voz trêmula, está chorando… Aí não é legal contar a história, né? Nesses casos, eu até oriento a pessoa a pensar melhor e me escrever novamente quando ela se sentir confortável para contar. Porque, quando eu coloco essa história no ar, só tenho controle daquilo dentro do grupo do Telegram. Fora dali, o que é postado nas redes, foge totalmente ao meu controle. Se eu acho que a pessoa não vai segurar a onda, eu não posto.

No grupo, temos dois moderadores que não permitem ofensas, que ficam de olho em tudo que é falado para que a pessoa que compartilhou a história não se sinta exposta. Mas e fora do grupo? Por isso que às vezes eu recomendo a pessoa esperar uns meses e me procurar novamente se realmente quiser que eu publique aquela história. Até porque contar a história e escrever um e-mail já é um pouco terapêutico. Você reler, entrar em contato com aquele trecho da sua vida, já tem um impacto em que conta. Muita gente me escreve e eu demoro muito para ver se o título do e-mail não for muito chamativo. Várias vezes, acontece de a pessoa já ter mandado outro e-mail depois, falando que não quer mais que conte, porque resolveu por lá. E que ótimo, né? Ajudei sem fazer absolutamente nada.

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(João Barreto/Ilustração)
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Dá para manter uma certa distância ou você acaba se jogando nessas histórias e ficando muito próxima delas? Tem alguma que te marcou e que você manteve contato com a pessoa, por exemplo?
Bem no comecinho, eu mantinha contato. Mas, quando você faz isso, elas estabelecem uma relação com você que não é mais de contadora de história, e eu não tenho como administrar tanta gente falando comigo no Whatsapp. Então, hoje, é restrito a mandar a história, conversar sobre isso pra gravar e pronto. Se ela quiser mandar um desfecho para aquela história, aí ela manda outro e-mail e começa o processo todo de novo.

“Procuro ter o cuidado de perceber se a pessoa está pronta para o retorno daquela história. Porque, quando eu coloco essa história no ar, só tenho controle dentro do grupo do Telegram. Fora dali, o que é postado nas redes, foge totalmente. Se acho que a pessoa não vai segurar a onda, não posto.”

Falando em histórias, dá pra escolher uma preferida entre todas as que você já gravou? Aliás, quantas você já gravou?
Sabe que não? As histórias são todas minhas filhas (risos), bem coração de mãe. Acho que cada uma tem seu valor. Algumas delas, hoje, acho mais chatas. Ouvindo de novo, penso “puts, não curti”. Mas uma favorita eu acho que não… Mas acho que é do jogo. Nem todo dia a história é boa e varia muito também da minha percepção. Já aconteceu de, na hora de gravar, eu notar que aquela história não está me interessando mais. E é isso: se não me interessa, a história não fica boa. Mas, às vezes, não tenho outra pra postar no dia, então vai aquela mesmo (risos). Já aconteceu também de eu achar a história qualquer coisa e a audiência adorar. 

Acho que estamos vivendo um novo auge da fofoca… Ouvir histórias de outras pessoas depois de tanto tempo em casa, se ver nas histórias dos outros, você acha que isso ajudou?
Mas será que isso já não existia? Para e pensa: no YouTube, sempre tiveram canais que contam histórias – de crime, principalmente. O rádio sempre teve isso… Eu acho que é um formato que ganhou um novo fôlego por conta dessa nova mídia que é o podcast, você consegue ouvir fazendo outras coisas: correndo, lavando louça…

Hoje, são 9 quadros no podcast: Amor nas Redes, Picolé de Limão, Luz Acesa, Mico Meu, Ficção da Realidade, Patada, Alarme, Pimenta nos dos outros, Minhas coisinhas – esqueci algum? Tem algum outro que você queira criar – ou já tenha criado?
Isso, acho que são esses nove (risos). E eu tenho um projeto infantil que seria um último quadro para contar histórias para crianças. Porque esse é um fato: tenho muitas crianças ouvintes. Pessoas que ouvem com os filhos e me deixam desesperada! (risos). Fui até fazer um curso de contação de histórias para crianças e foi caótico, porque não tenho muito traquejo para isso… É uma dinâmica que envolve fantoche, teatro, e eu morro de vergonha, porque minha pegada é o microfone e eu. 

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(João Barreto/Ilustração)

Você é tímida, né? Inclusive, você só topou essa entrevista se não precisássemos fazer fotos novas…
Eu odeio tirar foto, mais que tudo. Dou quantas entrevistas for necessário, mas foto não é comigo. Eu tenho umas quatro ou cinco fotos publicadas só e vira-e-mexe sou reconhecida na rua, fico apavorada.

Você se considera uma pessoa famosa?
Nossa, não. Nem um pouco. Não mesmo. Nãããão.

Perguntei isso porque você faz muita companhia para as pessoas, está dentro da casa delas, em momentos íntimos… Eu, por exemplo, estou sempre ouvindo um Picolê de Limão. Isso traz uma sensação de intimidade com o ouvinte.
Isso, sim! As pessoas que me reconhecem na rua já chegam abraçando. E eu fico sem jeito, abraço de volta com medo de espalhar ômicron. Eu gosto muito de abraço e desse carinho, pena que agora ainda não dá pra fazer isso tranquilo. Mas sempre fico pensando: por que essa pessoa gosta tanto de mim, a ponto de me parar na rua?

Falando agora sobre seus novos projetos: o que você pode adiantar pra gente?
O livro com histórias do Picolé de Limão deve ser lançado no meio do ano. O livro Luz Acesa deve ficar pronto em outubro. E a série, produzida pela Fábrica Filmes, deve começar a ser gravada no fim deste ano e ir ao ar em 2023. E eu também fui convidada pra escrever um radionovela, uma coisa que eu amo, e… vem aí! Provavelmente em 2023.

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É muito legal ver esse novo fôlego para o rádio…
Eu sou muito fã de rádio, ainda acho que o podcast vive numa bolha, a gente ainda não acessou a massa com esse formato. O rádio é a mídia da massa, eu quero muito estar no rádio um dia, é um sonho, meu objetivo. Tenho um projeto de colocar o podcast disponível em rádios comunitárias – e quero oferecer meu conteúdo gratuitamente, mas falta tempo para colocar isso em prática. Já tive um convite também de uma rádio de Salvador para contar histórias lá, as negociações ainda estão no começo, mas estou animada. 

“Acho que o podcast vive numa bolha, a gente ainda não acessou a massa com esse formato. O rádio é a mídia da massa, e eu quero muito estar no rádio um dia, é um sonho, meu objetivo. Tenho um projeto de colocar o podcast disponível em rádios comunitárias e oferecer meu conteúdo gratuitamente”

Pra terminar, queria te perguntar qual história ou a história de quem seria o seu sonho contar, ainda que você não identificasse a pessoa? Aquele gostinho que só você saberia…
Já sei a resposta e acho que vou poder realizar esse sonho em breve. Vamos contar as histórias de pessoas que foram impactadas positivamente pelos programas sociais do governo Lula. Não é uma propaganda, não fui contratada pelo Lula ou pelo PT. É um trabalho que quero fazer voluntariamente para, no final, trazer o Lula para perguntar se aquele programa social vai voltar, que alternativas as pessoas vão ter, até para termos algo para cobrar quando ele for eleito. Quero falar do ProUNI, do Bolsa Família, de alguns programas do governo Dilma, sempre por esse viés de pessoas que foram impactadas. É um projeto que vai sair do papel muito em breve. Agora, imagina o hate que vai vir junto? Vou ter que fazer que nem a Jade Picon e tapar o umbigo (risos).

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