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Sheyla Christina na Cama Elástica

Em nosso questionário, a arquiteta e coach fala sobre riqueza, poder e, claro, sobre seu estagiário Fábio Marx

por Beatriz Lourenço Atualizado em 13 jan 2022, 18h43 - Publicado em 11 jan 2022 00h10

Com muita criatividade e um pouco de ironia, o designer de interiores Fábio Marx dá vida a Sheyla Christina. A personagem, que nasceu durante a pandemia, é uma arquiteta rica que faz piadas sobre a profissão e dá dicas cômicas para uma vida plena. “Quando o reels do Instagram surgiu, pensei em criar um projeto para testar a nova ferramenta. Então, peguei a peruca de uma amiga e comecei a dublar alguns vídeos – até que ela surgiu”, conta Fábio. “Eu tinha muito medo de ser julgado dentro da profissão porque esse é um ramo muito, muito certinho, que segue padrões.” 

Ainda assim, ele se arriscou pela necessidade de fazer uma crítica social ao que achava errado nesse meio. “Via muitos profissionais egocêntricos sendo que, na verdade, os projetos devem ser coletivos. A cidade, o bairro e as pessoas têm que ser levados em conta quando você está trabalhando”, explica. “Também é preciso ser muito empático sobre a necessidade do outro porque pode ser que você nunca mais veja aquela casa, mas famílias viverão diversas histórias ali.” É daí que vem o bordão “arquitetura por amor”, que surge logo no primeiro vídeo. 

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(Ilustração/Redação)

A ideia deu tão certo que o perfil já acumula mais de 700 mil seguidores. Porém, com a visibilidade, Sheyla Christina expandiu os horizontes e os temas dos conteúdos também se diversificaram. Agora, saúde mental, relacionamentos e lições de vida também fazem parte do escopo. “Senti que ela precisava falar sobre outras coisas para crescer como personagem. Conforme vou pensando nos vídeos, também vou entendendo sobre o que ela pode e não pode falar. Mas, além de arquiteta, ela é uma pessoa que tem sentimentos, e vivências que podem ser transmitidas para os outros”, diz Fábio.

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Sheyla também se posiciona. No dia da Consciência Negra, o post não foi engraçadinho. Pelo contrário, gerou reflexão. Segundo Fábio, a conscientização também é necessária e seu perfil é um mecanismo para isso. “O meu trabalho sempre foi muito social. Participei da frente preta, do coletivo LGBTQIA+ e, quando penso na Sheyla, também quero falar sobre isso”, afirma. A arquiteta é a convidada da semana na nossa Cama Elástica e responde com muito humor uma série de perguntas às vezes divertidas, às vezes sentimentais, que resgatam parte do passado de cada entrevistado e, ao mesmo tempo, o faz pensar no que vem por aí. Olha só:

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(Arte/Redação)
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Qual sua qualidade favorita sobre você mesmo?
Minha existência. Por onde passo, levo inspiração. O fato de eu estar em um lugar já é o ápice. É uma qualidade que as outras pessoas também admiram.

Que defeito seu você jamais mudaria?
Eu não tenho defeitos, né, meu amor. Eu sou perfeita.

Onde você procura buscar inspiração naqueles dias em que não quer sair da cama?
O que mais me inspira sou eu mesma. Ninguém acima de mim, ninguém abaixo, ninguém do lado… Eu sou única e inspiradora.

Qual música não envelhece, não sai da sua lista de preferidas?
O som da minha própria voz. Tenho um áudio no meu celular que sou eu dando bom dia para mim mesma. Ouço todos os dias porque é o tom perfeito para trazer toda a felicidade que eu preciso. 

Qual livro mudou sua vida?
A minha biografia. Ainda não foi lançada, mas vou escrever. 

Qual seria o título da sua biografia?
Sheyla Christina – Uma história.

Descreva uma noite ideal para você.
Em um arranha-céu em Dubai, tomando champanhe e com um boy que acabei de conhecer me fazendo uma massagem.

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Dê uma gongada gratuita em alguém.
Vou gongar o Fábio Marx. Ele é um estagiário que não me dá o mínimo de valor. Contratei ele quando ele não era nada, fiz seu nome e, hoje em dia, ele finge que não me conhece. Mas tudo bem, o mundo dá voltas. Ele tem que parar de achar que a vida é uma roda-gigante, quem nasceu para estar no topo sempre vai estar. 

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(Arte/Redação)

Como foi seu primeiro beijo?
Foi ótimo, muito romântico e com uma pessoa muito especial – que eu paguei. Acho que é sobre isso, quando você tem dinheiro tem que pagar pelo melhor. Um dia, procurei no Google “o melhor beijo do mundo” e apareceu um sheik das arábias. Dei alguns milhões para ele e nos beijamos. Foi incrível. 

O que você diria para o maior desamor da sua vida (até agora)?
Olha onde eu estou agora. Só isso.

O que é imperdoável para você em uma relação?
Nada é imperdoável, tudo deve ser conversado porque errar é humano. Quando você ama, você perdoa. Óbvio que você tem que se amar em primeiro lugar e não se humilhar por alguém. Porém, a partir do momento em que você percebe que pode virar a página, fica tudo certo. Quando isso não é possível, é preciso queimar o livro inteiro.

De qual trabalho seu você mais se orgulha?
Com certeza foi a torre Burj Khalifa, em Dubai, que é a maior do mundo.

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Qual a frase mais sábia que já te disseram?
A frase mais sábia eu não ouvi, eu falei e foi: oito planetas, sete mares, 195 países, 7.8 bilhões de pessoas e ninguém pediu a sua opinião. Isso é muito poderoso. É um poema.

E quem interpretaria você no cinema?
Eu tenho que ser interpretada por Taís Araújo e Ícaro Silva interpretaria o estagiário. Já imaginou esse squad?

Qual seria seu primeiro decreto como presidente da república?
Champanhe para todos.

E, por último, quem você gostaria que respondesse esse questionário?
O ex-presidente Obama, ele é muito meu amigo. A gente é tão íntimo que eu chamo ele de O.B. 

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(Arte/Redação)
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