egalizado para venda e importação no Brasil desde janeiro deste ano, o CBD ainda parece ser um assunto tabu no país – principalmente na indústria de cosméticos. Ainda que comprovadamente eficaz, produtos-hit de várias marcas não têm previsão de chegada ao Brasil.
Essa reportagem fica ainda mais gostosa de ler se você passar um creminho no rosto e apertar o play:
Antes de nos debruçarmos nesse assunto, voltemos a 1998, para o dia em que policiais franceses invadiram uma loja da The Body Shop em Aix-en-Provence, na França, para apreender os produtos feitos à base de cânhamo comercializados pela marca de produtos de pele. “Nossa fundadora e ativista Anita Roddick se recusou a se esquivar do estigma desse ingrediente”, conta Diego Ortiz De Zevallos, diretor global de desenvolvimento da marca. Vinte e dois anos se passaram e parece que nada mudou – a nomenclatura ainda assusta. Apesar de o CBD ser o componente da maconha que não tem índices psicoativos relevantes, as grandes marcas e lojas de beleza ainda não estudam trazer seus produtos à base de canabidiol ao Brasil. Nos Estados Unidos e na Europa, a história é outra. O site da Sephora norte-americana, por exemplo, conta atualmente com cerca de trinta produtos à base de CBD em seu catálogo. Vale pontuar, no entanto, que muitas das marcas que oferecem esse tipo de produto não estão disponíveis no Brasil. O escritório brasileiro da loja não quis responder ao pedido de entrevista sobre o assunto.
Mas o que o CBD faz de tão inovador assim para a pele? Segundo estudos, o óleo extraído da maconha tem alto poder antioxidante e antiinflamatório, anti-acne e anti-bactericida, além de apresentar vitaminas A, B, D e E. “Essa substância pode ser usada tanto para fins de rejuvenescimento quanto para alergia e acne, por diminuir o processo inflamatório cutâneo”, explica o dermatologista Dr. Alberto Cordeiro.
“Agora, os produtos podem ser comercializados no Brasil e o uso será ampliado não só para a pele, mas também para outras áreas da medicina, por ter um efeito relaxante”, continua o dermatologista. Amenizar crises de epilepsia, auxiliar nos tratamentos de câncer, ajudar pacientes com enxaqueca e insônia: esses são alguns dos efeitos conhecidos da planta. Para a pele, ainda segundo o Dr. Alberto Cordeiro, alguns estudos feitos em animais comprovam a melhor eficiência do CBD em relação à vitamina C e ao Resveratrol no que diz respeito à antioxidação, apesar de ainda não existirem testes em pele humana.
“Agora, os produtos podem ser comercializados no Brasil e o uso será ampliado não só para a pele, mas também para outras áreas da medicina, por ter um efeito relaxante”
Alberto Cordeiro, dermatologista