ocê já deve ter se questionado como famosos acabando namorando ou casando apenas com outros famosos ou até como eles fazem pra arranjar aquele date despretensioso numa terça-feira à noite (pré-pandemia, né?). A resposta para esses questionamentos é que existe um aplicativo feito para conectar essas pessoas, tal como os famosos Tinder e Bumble, feito para pessoas famosas – ou pelo menos quem sabe que ele existe e pode pagar a mensalidade.
O Raya nasceu em 2015 como um aplicativo exclusivo para membros, quase como uma comunidade secreta. Famoso nos Estados Unidos e na Europa, até hoje o app é quase desconhecido no Brasil. Digo isso porque até eu, uma entusiasta desse tipo de aplicativo, que já se inscreveu em todos e adora uma gameficação da paquera, nunca havia ouvido falar. Até que uma amiga minha postou algo sobre o aplicativo no Melhores Amigos do Instagram e eu, curiosa sem nunca ter visto aquela interface, fui logo investigar. Ela logo respondeu: “é o Raya, amiga, se inscreve que eu tenho certeza que você vai ser aceita.”
Aceita? Pois é, não vá achando que é só preencher alguns dados e logar como nos aplicativos “comuns”. No Raya, além de você precisar conhecer pessoas que também estão inscritas, você passa por uma fase de seleção. Fiz a inscrição, esperei cerca de sete dias e recebi a mensagem que brilhava como o bilhete dourado d’A Fantástica Fábrica de Chocolate: eu tinha sido aceita – confesso que a vaidade e o ego até inflam ao perceber que você vai fazer parte dessa comunidade super-ultra-mega exclusiva. Em uma busca rápida, entendi que além de checar suas redes sociais (é preciso vincular a conta do Instagram ao seu perfil do Raya), há, sim, um comitê que avalia sua beleza. Isso até poderia ser uma questão problematizável, mas tal qual uma adolescente que agora pode sentar com os mais populares no intervalo, não pensei muito sobre o que isso significava.
“Em uma busca rápida, entendi que além de checar suas redes sociais (é preciso vincular a conta do Instagram ao seu perfil do Raya), há, sim, um comitê que avalia sua beleza”
O segundo passo após a aceitação é uma verificação de que aquele perfil do Instagram é, de fato, seu. Você precisa mandar, manualmente, um código de verificação para o @ oficial do Raya na rede social. Essa verificação do Instagram faz com que seja impossível que os homens ultrafamosos que vi por lá – já já chegamos nesse assunto – sejam fakes. Após alguns minutos, como num passe de mágica, você está dentro. E aí vem a segunda surpresa: o aplicativo é pago. Confesso que não fiz uma busca muito grande sobre o Raya ao instalar pois queria ser surpreendida, então eu realmente não sabia que era preciso desembolsar R$ 40 mensais para fazer parte do tal clubinho – muito provável um dos motivos pelo qual esse aplicativo não explodiu no Brasil. Há também outros detalhes que fazem com que o aplicativo não seja acessível: além da mensalidade, o Raya só funciona no sistema operacional IOS, da Apple, e ele é todo em inglês.
Após um exame de consciência, decidi pagar por um mês para ver qual era a desse app. Logo você preenche seu nome, o que você faz e a empresa em que trabalha. É possível escolher se você está ali para arranjar um relacionamento amoroso ou apenas novos amigos. Você escolhe suas melhores fotos e vídeos, uma música no Spotify e o app cria uma espécie de slideshow com suas informações (o que é um pouco brega, mas dá pra ter a noção estética e musical do possível rolo). Assim que seu perfil é criado, você recebe uma mensagem dizendo que print screens não são permitidos – a “multa”, se essas imagens caírem na rede ou forem reincidentes, é o cancelamento de sua conta.