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3 perguntas para Gaby Amarantos

A cantora e atriz, que participa da novela "Além da Ilusão", fala sobre criatividade, representatividade e autoestima
por Beatriz Lourenço Atualizado em 18 ago 2022, 18h48 - Publicado em
10.08.2022
11h05
Gaby Amarantos
Rodolfo Magalhães/Divulgação
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Se você ligar a TV na novela Além da Ilusão, irá conhecer Emília – uma copeira que adora radionovela e sonha em se tornar uma estrela. A personagem é interpretada por Gaby Amarantos e marca sua estreia nas telas, mostrando que seu talento é versátil e se estende para além da música.

Uma década depois de fazer um grande sucesso com o début, Treme, que colocou a música “Ex Mai Love” no topo das mais ouvidas, Gaby coleciona um currículo de respeito: foi técnica do The Voice Kids, participou da bancada do Saia Justa e está sempre nos holofotes com pautas de ativismo socioambiental. Além disso, faz parte do line-up de diversos festivais nacionais – o último deles foi o CoMa, que aconteceu neste mês em Brasília. 

Gaby Amarantos
(Rodolfo Magalhães/Divulgação)
Com tantos papéis a cumprir, como fazer para a criatividade não acabar? Pois ela responde: “A criatividade é uma das coisas mais importantes do meu trabalho. Quem é artista sabe que ela é como se fosse uma deusa, algo que chega no nível do sagrado. Por isso, faço exercícios, leio, estudo, ouço podcast, pinto e até desenho – me alimento muito de arte”, explica à Elástica. 

No ano passado, também lançou seu segundo disco, chamado Purakê. Com 13 faixas e 11 parcerias, o álbum apresenta uma sonoridade diversa que funciona como uma espécie de catálogo sobre a música do Norte e da Amazônia. O título é uma alusão ao peixe elétrico pré-histórico da Amazônia, cuja voltagem chega a 860 volts, enfatizando a força e natural da cantora como mulher e artista. 

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“Uso minhas músicas, meu figurino e todos os espaços que vou para dar visibilidade, dar voz às pessoas da minha região e defender esse patrimônio que é a floresta amazônica”, diz. “Sempre vou sugerir que a gente olhe para a Amazônia e veja que esse é um lugar importante que faz parte do mapa. Lá há muitas pessoas inovadoras e criativas que precisam ocupar todos os espaços.” Abaixo, você confere nosso papo rápido com Gaby Amarantos:

Como você concilia seus múltiplos lados –  cantora, compositora, apresentadora, atriz – e o que você faz para inovar em cada projeto que participa? Tem alguma dica para manter a criatividade sempre ativa?
A criatividade é uma das coisas mais importantes do meu trabalho. Quem é artista sabe que ela é como se fosse uma deusa, algo que chega no nível do sagrado. Por isso, estou sempre fazendo exercícios, lendo, estudando, ouvindo podcast, pintando e até desenhando – me alimento muito de arte. Na minha casa tenho um espacinho específico para isso, o que me faz estar sempre conectada com a criatividade.

Gaby Amarantos
(Rodolfo Magalhães/Divulgação)
Você é uma das maiores representantes da música da região Norte e sempre ressalta a importância de valorizar esses artistas no dia a dia e em premiações. Por que ainda falta a participação de pessoas fora do eixo Rio-São Paulo nesses eventos?
A gente que é brasileiro tem que aprender a valorizar nossos artistas. Passamos por um processo em que a arte foi muito desvalorizada e criminalizada. Mas acredito que a gente vai superar e vencer isso. Sempre vou sugerir que a gente olhe para a Amazônia e veja que esse é um lugar importante que faz parte do mapa. Lá há muitas pessoas inovadoras e criativas que precisam ocupar todos os lugares. 

Fico muito feliz de participar do CoMa, um festival que admiro há muito tempo e sai do eixo dessa visão tão sudestecêntrica que ainda temos. Uso as minhas músicas, meu figurino e todos os espaços para dar visibilidade dar voz às pessoas da minha região e defender esse patrimônio que é a floresta amazônica. 

Você sempre posta fotos sem filtro e mostrando seu corpo como ele é. Qual a importância de encorajar corpos reais? Falando nisso, como equilibrar esse ativismo e, ainda assim, garantir que as mulheres não sejam reduzidas à discussão do corpo na mídia?
Sempre preferi fotos sem filtro. Isso é algo muito natural em mim e vem sem nenhuma pretensão. Lembro de uma das primeiras capas que fiz onde a manchete era “não visto 38, e daí?”. Tenho um corpo fora do padrão e amo ele, acho que isso naturalmente acaba impactando positivamente outras pessoas. 

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Acho que equilibro o ativismo com essa questão do corpo mostrando que sou uma mulher gostosa e inteligente. Outro dia uma pessoa escreveu para mim que “para ser ativista tem que ser séria”. Na verdade, para defender qualquer causa a gente só precisa usar o coração – cada vez mais tenho percebido isso.

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