e a libélula estampada nos rótulos das garrafas e latinhas da Dádiva é a fachada da cervejaria, o que dá sustentação a ela – em um mercado historicamente gestado, administrado e consumido pelo sexo masculino em sua esmagadora maioria – e a torna inclusiva, atual, é um pilar administrativo cimentado pelo respeito à mulher e à igualdade de gênero. Desde 2014, localizada em Várzea Paulista, no interior de São Paulo, entre as Serras do Japi e dos Cristais, a empresa brinda a sua existência a partir da equiparação de gêneros entre os funcionários. “Há, entre nós, 20 mulheres de um total de 40 trabalhadores. E elas estão, felizmente, espalhadas em todas as áreas: administrativa, logística, produção, envase, microbiologia e comercial”, afirma Luiza Lugli Tolosa, 32 anos, a sócia-fundadora.
Então ex-funcionária de uma ONG, ela, à época, consentiu com um comentário de seu pai e abraçou a ideia de empreender no ramo de cervejas artesanais. Cerca de 160 rótulos lançados depois, a dádiva de Luiza, hoje, é gerir um negócio próprio a partir do prisma feminista de lidar com o assunto mulher no ramo cervejeiro. No papo a seguir, ela se estende sobre o machismo no meio, rótulos com selo vegano e como costurou a aquisição de um raro excedente de lúpulo fresco junto à Baden Baden e, a partir dele, produziu dois mil litros de uma blonde Ale, a South Blossom.
Lembra-se do seu primeiro gole de cerveja?
Foi lá pelos 15 anos, antes da faculdade. Era alguma cerveja mainstream, provavelmente uma Skol. E só viria beber cerveja artesanal quando comecei a estudar o mercado, em 2013, e já tinha interesse em trabalhar nessa área. Os meus familiares são consumidores e foi o meu pai quem me deu a ideia para trabalhar com cerveja artesanal. No ano seguinte, me dediquei a criar a Dádiva.
Qual era a sua ocupação, à época?
Eu tinha terminado um trabalho em uma ONG e já tinha vontade de empreender. Vivia pesquisando produtos artesanais e mais naturais, quando o meu pai disse que havia tido um papo com um primo dele sobre cerveja artesanal. Aí, me perguntou se eu não teria interesse em pesquisar esse mercado. Acabei montando a empresa com o tal primo como sócio. Na nossa casa, a relação com a bebida é tão tranquila que foi meu próprio pai quem me incentivou a empreender no ramo de cerveja. Eu tinha 26 anos.
De que forma a pandemia impactou nos negócios?
Na fábrica, suspendemos a produção de todos os produtos, em meados de março. E envasamos o que estava em tanque, por duas, três semanas. O pessoal do escritório já estava em home office desde antes de ser decretada a quarentena. Nosso faturamento caiu 60%, mas, felizmente, não desligamos ninguém por causa da pandemia, até para a roda não deixar de girar. É momento de todo mundo se ajudar. Fornecedores estenderam prazo de pagamento para compras já feitas, fizemos empréstimos e renegociamos com bancos. A inadimplência subiu muito, no início de tudo, e aí negociamos com nossos clientes.
Houve ações de cervejarias para ajudar a minimizar prejuízos à cadeia toda do mercado?
A [americana] Other Half Brewing criou uma receita e a disponibilizou para outras cervejarias do mundo, para que parte da venda dessa cerveja fosse revertida para bares. Houve, ainda, cervejarias colaborativas e a gente lançou uma cerveja nova, a Espelho D’água, uma hoppy pale ale bem aromática e de coloração amarela clara. Parte da renda arrecadada com a venda dela é revertida para a cooperativa de pescadores Repescar, que atua na comunidade de Baiacu, na Ilha de Itaparica, que fica no município de Vera Cruz, na Bahia.
“Uma empresa pautada pelo respeito à mulher e à igualdade de gênero sempre foi a bandeira da Dádiva. Isso é visível no dia a dia da nossa operação. Temos mulheres em todas as áreas da empresa”
Qual característica da sua gestão você destacaria?
Sou administradora de empresas e sempre tive um perfil mais generalista em comparação aos meus amigos de faculdade. Achava até que deveria ter algum problema (risos). Eles desejavam ser especialistas em marketing, finanças, mas eu não. Uma empresa pautada pelo respeito à mulher e à igualdade de gênero sempre foi a bandeira da Dádiva. Isso é visível no dia a dia da nossa operação. Temos mulheres em todas as áreas da empresa. Quando a Dádiva começou a crescer, tínhamos mulheres apenas no financeiro e homens na produção. Mas eu sempre quis reverter esse cenário e contar com mulheres também na produção. Fizemos, então, um trabalho de seleção de candidatos para trazer o equilíbrio de gênero que, hoje, a empresa dispõe.
Como as funcionárias mulheres foram recebidas na Dádiva?
Quando as sete primeiras foram contratadas, organizamos um jogo de futebol entre homens e mulheres, para marcar a ocasião e estreitar laços. Outro momento importante foi quando atingimos o índice de equiparação de gênero entre os funcionários: há, aqui, 20 mulheres de um total de 40 trabalhadores. E elas estão, felizmente, espalhadas em todas as áreas da Dádiva: administrativa, logística, produção, envase, microbiologia e comercial. Isso também é um marco. Essa é uma bandeira sobre a qual falamos muito e também adotamos na prática: presença de mulheres em todas as áreas da empresa e em quantidade semelhante a dos homens. E, mais ainda: em termos de salário e benefícios, elas têm os mesmos ganhos.
Já duvidaram da sua capacidade em atuar em um negócio historicamente masculino?
Sim, existem dificuldades na vida de uma mulher empreendedora que também tive de bater frente. Houve pessoas que acreditavam que eu só conseguia negociar um preço melhor porque era mulher. Não sei o que ele pensava o que eu fazia, mas era esse nível de comentário. Infelizmente, muitas vezes temos de explicar por quê sabemos sobre determinado assunto. É assim com cliente, fornecedor, funcionário…
Como você reage a abordagens machistas?
Há momentos, como esses, em que decido ser mais direta. Já encerrei reuniões depois de comentários machistas. Hoje acontecem menos, mas ainda ocorrem. É com um olhar perverso que associam mulher e bebida alcoólica. Quando a gente oferece uma cerveja ou qualquer outra bebida a alguém, é logo interpretado como um convite com outras intenções. O que não é verdade muitas vezes.
“Há momentos, como esses, em que decido ser mais direta. Já encerrei reuniões, depois de comentários machistas”
Tenho amigas que deixam de ir ao bar, sozinhas, para não ter de aturar assédio de homem antes mesmo de a cerveja ser servida a elas….
Sim. Quando até então não sabia escolher cerveja, eu tive vergonha, muitas vezes, de entrar no bar com receio de as pessoas ficarem me olhando, sacando que eu não era do ramo. Quando a gente chega sozinha no bar e senta apenas para tomar uma cerveja, não estamos esperando um convite de alguém. Este ano, no Dia Internacional da Mulher, gravamos uma campanha com oito mulheres consumidoras de cerveja. Elas falaram de suas preferências em termos de rótulos, companhias e lugares onde consomem, para marcar que mulher pode beber em qualquer lugar, qualquer tipo de cerveja, sozinha ou com amigos, enfim, reforçando essa nossa liberdade de escolha. Essa ação resultou na criação de uma cerveja especial, a She Drinks She Chooses, em março, para marcar a mensagem da liberdade de escolha. A gente gostaria de não ter mais de insistir nesse discurso, mas é preciso, infelizmente.
Há dados sobre o consumo de cerveja pelas mulheres?
Me lembro de uma pesquisa antiga, de 2014, apontando que elas eram responsáveis por 40% do consumo de cerveja no Brasil. Hoje, o número deve ser maior e, ainda assim, é capaz de estarmos no bar com o namorado, marido ou amigo e ver o garçom trazer a cerveja para o homem e o suco para nós. Já passou da hora de perceberem que pode ser o contrário, não? Claro que isso não ocorre com a frequência de antigamente, a situação melhorou, mas ainda é um assunto a ser levantado. Temos discutido com outras pessoas, há algum tempo, como dar uma basta nessa história de o mercado cervejeiro artesanal ser coisa de homem branco hetero.
E a quantas anda a questão racial no mercado cervejeiro?
É outra batalha a ser vencida. Precisamos falar mais sobre o assunto. Na Dádiva, há dois negros no corpo de funcionários: um homem na logística e uma mulher no administrativo. Mas não contamos com ninguém na produção ainda. A questão de raça é discutida por nós, desde o ano passado, no âmbito empresarial e pessoal. Sou membro de um grupo bem ativo de mulheres cervejeiras que viagem juntas. Ano passado, depois de a gente perceber que não havia nenhuma negra entre nós, passamos a discutir sobre a necessidade sermos um grupo mais representativo. Ou seja, trata-se de um grupo que exemplificava toda essa questão racial existente no mundo cervejeiro. Por exemplo, estamos montando, na Dádiva, um projeto para inserir pessoas negras no mercado cervejeiro. Ainda está muito embrionário, mas espero que caminhe. É algo urgente.
Cursos talvez?
Seria interessante criar uma cadeia para que o negro possa fazer um curso em uma empresa e ter a oportunidade de estagiar na Dádiva, em um bar, uma empresa de logística, no fornecedor de insumos etc. Pensamos em criar uma rede de empresas que dê, para além da capacitação, conhecimento, oportunidade de estágio para a pessoa ser inserida no mercado. Como um sistema de cotas mesmo. É o privilégio banco que faz com que a gente tenha consciência desse quadro. Ainda que tarde, melhor que todos estejamos discutindo isso. Espero que o assunto evolua e não fique restrito à foto preta no Instagram.
“Pensamos em criar uma rede de empresas que dê, para além da capacitação, conhecimento, oportunidade de estágio para a pessoa ser inserida no mercado. Como um sistema de cotas mesmo. É o privilégio banco que faz com que a gente tenha consciência desse quadro. Ainda que tarde, melhor que todos estejamos discutindo isso”
Quantos rótulos a Dádiva já colocou no mercado?
Mais de 160 cervejas. Somente no ano passado, foram 44. O nome da Dádiva já diz que a gente quer levar um presente a quem a consome. E a libélula, presente nos nossos rótulos, é um inseto que leva alegria e prosperidade ao lugar onde habita. Conseguimos, então, entregar essa mensagem por meio do posicionamento da nossa comunicação. A Dádiva é uma marca carismática, inclui mais do que exclui. Para o leigo no assunto, entrega cervejas leves e fáceis de serem consumidas. O cervejeiro também é abarcado. Temos cervejas mais baratas e mais caras, sem glúten e sem álcool. E com selo vegano também. Com os produtos e a nossa comunicação, entregamos o nosso carisma às pessoas.
Desde quando contam com o selo vegano?
No início do ano, conseguimos a certificação da Sociedade Vegetariana Brasileira, que concedeu selos para oito produtos nossos, como a Pink Lemonade. Eles já eram veganos, porque nunca utilizamos nenhum ingrediente de origem animal. Mas como os rótulos não possuíam selo, ou indicação, muitos veganos ficavam com receio na hora de consumir. Eu sou vegetariana há sete anos e meio. Apesar de ainda não me considerar vegana, percebo que os veganos seguem regras para não consumirem produtos. Então, existe um público que, por não conhecer o produto e pelo fato de a informação sobre ser ou não vegano não constar do rótulo, acaba não consumindo a cerveja. O selo, então, é uma garantia de segurança. O processo de certificação foi importante para os clientes poderem consumir sem nenhum receio. O vegano adora junk food, tomar uma cervejinha, um vinho. Ele não come só salada! Há o light, mas também outros que não o são. Vamos dar, então, a cerveja que cada um quiser.
Discutem o tema em seus canais?
No nosso Instagram, damos pitacos sobre os benefícios ao meio ambiente proporcionado pela redução do consumo de alimentos de origem animal. Não dá para tratar do veganismo sem falar da atitude das cervejarias. Grandes empresas que apoiam rodeios, por exemplo, não são consideradas veganas ainda que não utilizem ingredientes de origem animal na receita. O vegano que se preocupa com essa questão conceitual não irá consumir uma cerveja de uma marca parceira de um rodeio em Barretos, por exemplo. O mercado e os adeptos ainda são pequenos, mas ativos e vêm crescendo. O nosso objetivo com o selo é levar o produto vegano a restaurantes e lugares mais naturais, saudáveis, além de informação direta e transparente ao consumidor. Como uma quase vegana, eu percebo como é difícil chegar no restaurante, no mercado, e ter que ficar lendo a lista de ingredientes para comprar um produto vegano. Um selo, portanto, facilita a nossa vida. É uma garantia de que a gente não irá zerar o reloginho, valendo-se da expressão que ouvi de uma vegana sobre se alimentar, sem querer, de algum produto de origem animal. Com a gente o reloginho não será zerado, não.
“Não dá para tratar do veganismo sem falar da atitude das cervejarias. Grandes empresas que apoiam rodeios, por exemplo, não são consideradas veganas ainda que não utilizem ingredientes de origem animal na receita”
Qual é a sua viagem cervejeira mais marcante?
Viajei bastante para conhecer outras cervejarias. Fui à Bélgica e visitei a La Trappe, a Cantillon e vi como produzem cerveja há centenas de anos. A experiência mais interessante, porém, foi conhecer Yakima Valley, uma região na costa oeste dos estados Unidos, perto de Seattle, onde é produzido 70% do lúpulo do mundo. Acompanhada de um grupo de cervejeiros, estive em plantações e cervejarias da região. É bacana visitar uma cervejaria na qual existe um lugar para a gente degustar. Proporcionar experiências ao consumidor é algo que as empresas norte-americanas fazem como ninguém. Em Yakima Valley, além de visitar uma plantação, fiz um curso de lúpulo.
Os americanos se destacam mesmo pelo lúpulo. Tem gente produzindo essa planta com qualidade por aqui?
Existem alguns fazendeiros, agricultores, que já produzem lúpulo, tanto na Serra da Mantiqueira, quanto no Rio Grande do Sul. Ainda são plantações pequenas, no entanto. Por algum tempo, o pessoal da Serra da Mantiqueira teve um acordo com a Baden Baden e repassava a ela uma quantidade de lúpulo. Em 2018, houve um excedente na plantação e, sabe-se lá o motivo, não foi utilizado pela Baden Baden. Ficamos sabendo e o Vitor, o meu sócio, foi conversar com a Baden Baden. O pessoal de lá disse ter tantos quilos de lúpulo fresco e perguntaram se a gente se interessava. Claro, ficamos com o lote e, a partir dele, produzimos uma blonde Ale, a South Blossom, entre março e abril, época em que a safra da planta fica pronta. Trata-se de uma cerveja leve, de teor alcoólico baixo, com o lúpulo fresco.
Conta mais detalhes dessa experiência, por favor?
A gente foi até São Bento do Sapucaí, onde fica a fazenda, colhemos o lúpulo com o pessoal da Baden Baden, colocamos o produto no meu carro e retornamos à nossa fábrica para iniciarmos o processo durante a noite. Usamos 40 quilos de lúpulo – metade na fervura e o restante de dry – e fizemos um lote de dois mil litros. O rótulo da cerveja, que obviamente tinha de ser consumida fresca, é muito bonito. Colocamos bastante lúpulo nela, para que ficasse bem presente. Foi uma experiência muito bacana, porque, para usar lúpulo fresco, ele precisa ser colhido e utilizado em menos de 12 horas. Por isso, nos Estados Unidos, somente as fábricas localizadas próximas às plantações de lúpulo conseguem dar conta desse processo. Não se vê uma fábrica da Flórida, por exemplo, usando lúpulo fresco colhido em Yakima Valley.
Quando acredita que o Brasil irá produzir lúpulo em boa escala?
Ainda que exista expertise a ser evoluída, há a limitação do clima. Há poucas regiões com clima ideal para a produção. Temos a Serra da Mantiqueira. Em Petrópolis há tentativas, como no Rio Grande do Sul. Seria ótimo produzir lúpulo ainda mais em tempos de dólar em alta. Todas as cervejarias daqui que lançaram cervejas com lúpulo, porém, o fizeram em caráter pontual, um lote aqui, outro acolá.
Como andam o mercado e as vendas da Dádiva?
Ano passado, houve um boom de marcas por causa da concorrência no mercado de cervejas artesanais e não crescemos na mesma velocidade de anos anteriores. Este ano, a expectativa foi outra. Na pior fase da pandemia, tentamos explorar canais de varejo. Janeiro e fevereiro foram bons. Em março, depois do Festival Brasileiro de Cerveja, em Blumenau, que marca o início do ano cervejeiro, aconteceu o que estamos vivendo agora e deu no que deu. Hoje, fala-se que o mercado artesanal já é um pouco maior do que 2% em comparação a menos de 1% de há alguns anos. Quando a Dádiva entrou no mercado, em 2014, havia 356 cervejarias. Três anos mais tarde, 679. Atualmente, já são mais de 1200 espalhadas pelo Brasil.
Qual era o plano no qual vocês se apoiaram para se diferenciar, este ano, em um mercado em crescimento?
Começamos com a ideia de ter cerveja com paladar mais fácil. Já contávamos com uma Premium Lager, Amber Ale e aí lançamos outras diferentes, como a Venice Beach. Desde 2017, temos mantido uma média de mais de quarenta produtos lançados por ano. O nosso caminho tem sido na direção da inovação de produto, com novas receitas e comunicações, tentando levar experiências diferentes ao consumidor com lançamentos, eventos, conteúdo em mídias sociais. Para tanto, o segredo é alinhas os “pês” de marketing: produto, preço, praça, promoção. É ter um produto com preço bacana que será comunicado ao cliente e inserido no mercado de forma correta.
Qual cerveja você não recusaria em momento algum?
A Hoppy Lager, uma pilsen sensorialmente um pouquinho mais amarga. É fácil, leve de beber, o momento em que não quero muita informação dentro de uma cerveja (risos). Eu não bebo cerveja todos os dias. Tento ficar abstêmia dois dias durante a semana. Porque já costumo ir muito a eventos, lançamentos e visito clientes em bares. Mas, fora de serviço, bebo vinho natural, destilados, coquetéis. Hoje, em média, consumo cerca de dois litros e meio de cerveja por semana, uns quatros pints. E o meu paladar depende do momento, do que vou comer e de quem estou acompanhada.
Alguma dádiva proporcionada por essa quarentena?
Eu citaria a criatividade. Falo isso em relação a mim e à empresa. Precisamos ser mais criativos com menos recurso. A pressão ajuda muito a gente a criar. E a reflexão sobre as nossas decisões em relação ao que a gente compra. O dinheiro empregado influencia uma cadeia toda que trabalhou para fazer o produto chegar até nós. Enfim, é exercitar essa consciência de consumo. Produtos artesanais envolvem pequenos produtores que empregam mais gente e mantêm relação diferente com fornecedores e clientes. Tal consciência é imprescindível para a gente decidir melhor onde a gente emprega o nosso dinheiro. Outro presente que a quarentena me proporcionou foi mais um ano de vida: fiz 32. Completar aniversário com saúde é uma dádiva.