Um festival de música que resiste ao passar do anos e se prova mais atual do que nunca. O MADA – Música Alimento da Alma completou 25 anos no último final de semana, levando 32 mil pessoas ao estádio Arena das Dunas e reunindo uma programação diversa e escolhida a dedo para 3 palcos. A pluralidade foi a palavra de ordem do line-up, que foi do brega ao trap, passando pelo indie e pelas latinidades.
Na noite de estreia, que aliás foi seguida de um eclipse solar emocionante visto somente em alguns estados do Nordeste, a arena já ficou pequena com o público ávido, rodeando os palcos principais ao som de Marina Lima e Fernanda Abreu, Gaby Amarantos, Matuê, Liniker, Marina Sena, TUM, Ian Medeiros e Luísa e os Alquimistas.
Gaby chega representando o Norte com seu rock doido, corpo de baile e performers de voguing. “Eu acho muito importante provocar uma discussão na indústria sobre uma desigualdade musical que nós que somos do Norte vivemos, porque a nossa música é muito potente. Pelos próximos anos, vamos falar muito sobre a Amazônia pelo mundo. Vai ter a COP-30, em 2025 em Belém, em um momento em queo mundo todo tá descobrindo a importância da Amazônia e se engajando”.
Para ela, uma das principais atrações do MADA neste ano, “quando os festivais e as premiações colocam artistas do Norte não só para cumprir cota, mas de uma forma respeitosa, valorizando a nossa importância para essa indústria, aí o Brasil é inteiro. Se não tem Norte, não é o Brasil completo”, ela diz.
Na conversa conosco, a cantora revelou um spoiler de seu novo EP, que será lançado em 20 de outubro. “É um EP de remixes e também de músicas inéditas, chamado ‘PiraruCool‘, e a Lulu dos Alquimistas me deu a honra de cantar comigo uma faixa que se chama ‘Rolha’. A música ganhou uma nova rima, ela meteu um rap muito foda e trouxe a voz dela, a potência da leoa que ela tem. É uma artista que está numa fase de ascensão, e que o Brasil vai poder desfrutar mais do talento ,da beleza e de toda a representatividade que ela tem.”
Luísa e os Alquimistas chegou, aliás, como headliner do primeiro dia em uma apresentação feita especialmente para o MADA. Com emoções à flor da pele, a banda levou ao palco uma homenagem ao músico Paulo Souto, da lendária banda DuSouto e grande referência das composições de Luísa. Com Gustavo Lamartine e Gabriel Souto, o grupo que levou Natal para a cena nacional atual entoou clássicos marcados na mente de todo potiguar. A apresentação teve ainda participações luxuosas de Getúlio Abelha, Jup do Bairro e Jessica Caetano num movimento catártico.
Paralelamente, o novo e terceiro palco, o Baile da Amada fez sua estreia com shows potentes como da cantora potiguar Clara Luz, o DJ 440, o Nordeste Futurista arrebatador de Luana Flores, o mix de grime com funk de Puterrier, além dos destaques da música eletrônica Wavezim, Carlos do Complexo e Dandarona.
Entre as ativações que ocupavam a Arena, uma tirolesa lançava mísseis de bundinhas sobre as cabeças dançantes do gramado. Em outro ponto, o stand do IDEMA, Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte, distribuía passaportes com as unidades de conservação do Estado. Um convite lindo para o público para se conectar mais profundamente com a preservação ambiental e carimbar suas visitas aos pontos indicados.