m casarão vermelho de três andares no coração do Rio Vermelho, em Salvador, na frente da Casa de Iemanjá, abriga sabores surpreendentes, gastronomia de nível internacional e uma família que coloca todo o conhecimento e amor pela comida em seu cardápio. Sim, uma família, já que os chefs que comandam o Manga, o casal Dante e Katrin Bassi, moram no último andar do restaurante com seus três filhos, que podem ser vistos diariamente brincando no salão do restaurante ou sentados à mesa com alguns outros membros da família enquanto os pais criam maravilhas na cozinha.
“Com nossa rotina, foi o único jeito de aliar família e trabalho. Para nós, tem muito mais lados positivos. Em qualquer pequeno intervalo na cozinha podemos subir e ficar com nossos filhos e, às vezes, durante o serviço, eles descem e ficam numa salinha ao lado da cozinha. Claro que tem essa coisa de quase nunca desligar 100% do trabalho, mas não nos afeta tanto”, explica o pai.
Em um momento no qual se discute tanto o maternar, o paternar e as diversas vertentes possíveis para educar uma criança, Dante e Katrin fazem essa escolha que parece ousada e conta com um tempero adicional a essa dinâmica: as criações culturalmente diferentes dos pais. Ele, baiano nato, com vivência nos Estados Unidos e na Europa, filho de advogados; ela, alemã do interior do país, de uma família de fazendeiros.
“A decisão de morar aqui no restaurante foi justamente para tê-los [os filhos] por perto e manter uma rotina de cozinha profissional. Quando estamos só nós dois na cozinha, antes dos outros cozinheiros chegarem, eles ficam lá com a gente e, às vezes, até ‘ajudam'”
Kafe Bassi
Mas será que morar e trabalhar no mesmo lugar dá certo mesmo? Basta observar no dia a dia para entender que dá, sim, e é uma escolha que vem do mesmo lugar de amor do qual a maioria das decisões parentais vêm. “Eles estão sempre por aqui. A decisão de morar aqui no restaurante foi justamente para tê-los por perto e manter uma rotina de cozinha profissional. Quando estamos só nós dois na cozinha, antes dos outros cozinheiros chegarem, eles ficam lá com a gente e, às vezes, até ‘ajudam'”, complementa a mãe.