Te desafio a dar uma volta na Avenida Paulista, na Praia do Leme ou no Rio Vermelho durante o final de semana e não ver alguém vestido com um boné vermelho muito conhecido, ilustrado com um casal de camponeses em frente ao mapa do Brasil. Depois de exercer um papel importante na doação de alimentos durante a pandemia e na resistência contra o desmonte de Bolsonaro, mais do que nunca o MST prova que é sim, pop.
Selando esse status que o agro jamais deveria ter tomado para si, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra voltou ao Parque da Água Branca, em São Paulo, com a 4º edição da Feira Nacional da Reforma Agrária. O evento, que faz parte do calendário oficial da cidade, foi barrado pelo ex-governador João Doria e agora volta, em tempos de Tarcísio de Freitas, a ocupar o parque que recebeu as três primeiras edições.
“Embora tenha uma identidade do Tarcísio com o bolsonarismo, se elegeu em função disso, ele é governador. Na medida que eleito pela sociedade, assim como o presidente Lula”, diz Gilmar Mauro, integrante da direção nacional do MST. “Eu acho que há uma linha política interessante aqui no governo do estado e na prefeitura de São Paulo, boas conversas”, completou.
Depois de cinco anos, o evento volta ao parque a reunir milhares de camponeses de todas as regiões do Brasil, que trazem consigo 500 toneladas de alimentos na forma de 1.500 de produtos diferentes. Os mais de 1.200 feirantes chegam de Norte a Sul com produtos orgânicos, livres de veneno e mostrando o alcance da produção e da atuação do movimento.