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Thiago Guimarães na Cama Elástica

Além de responder nosso questionário, o youtuber conta como une humor e elementos da cultura pop para falar sobre assuntos sérios

por Beatriz Lourenço Atualizado em 23 Maio 2022, 15h20 - Publicado em 23 Maio 2022 00h53

Você já pensou como histórias de super-heróis podem nos doutrinar ideologicamente? Não? Pois esse é um dos temas tratados por Thiago Guimarães em seu canal do Youtube Ora Thiago. Na verdade, todo o seu repertório traça paralelos entre a cultura pop, a política e a filosofia – mostrando que esses assuntos podem ser falados de forma leve e com muito humor. 

“O humor faz parte do meu processo criativo e também serve para fisgar as pessoas. É um pouco daquilo que a Leona Vingativa diz: ‘a gente faz uma palhaçadinha porque, se falar um monte de coisa séria, eles acham que a gente tá pagando de bacana. Com as brincadeiras, as pessoas ficam achando graça, mas param para pensar'”, diz à Elástica. Para ele, os livros, filmes e quadrinhos ajudam a investigar quais são as histórias que a sociedade está contando: “Isso é um termômetro muito interessante para ver quem a gente está glorificando, quais valores a gente aceita e quem é o dono da palavra.” Mesmo considerando seu conteúdo educativo, Thiago não quer ser o detentor da verdade absoluta ou o “único adulto da sala”. “Minha ideia é gerar perguntas para instigar as pessoas”. 

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(Arte/Redação)

E o formato tem conquistado cada vez mais fãs. Ao todo, são 44 mil inscritos no canal e 24 mil no Instagram. Mas é no Twitter que tem o maior destaque, com 76 mil seguidores. “Entrei no Twitter em 2008, mas não me considerava um criador de conteúdo. Essa é uma rede que, quando comparada com as outras, é muito menor. Ainda assim, ela tem o papel de dar o tom das discussões. Quem viraliza lá acaba reverberando em outros lugares”, pontua. “Isso é muito sério porque é um poder muito grande de influência que nasce lá. Vemos até decisões políticas sendo feitas a partir de um tuíte.” Abaixo, as respostas de Thiago para nossa Cama Elástica!

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(Arte/Redação)
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Qual sua qualidade favorita sobre você mesmo?
Eu tendo a ir muito longe nas coisas que eu estou pensando. Acabo dando uma viajada sempre. Se eu olhar para o álcool em gel, por exemplo, vou acabar em um lugar completamente inusitado. Isso aparece nos conteúdos que eu crio e gosto quando as pessoas reparam nisso. 

Que defeito seu você jamais mudaria?
O deboche! Não consigo e nem quero me livrar dele. 

Onde você procura buscar inspiração naqueles dias em que não quer sair da cama?
No meu gato, embora ele seja um bicho complicado para contar nessas horas porque se eu fico na cama ele fica comigo o dia todo e nenhum dos dois sai de lá. Mas ele começa o dia gritando muito no meu ouvido e querendo comer, então, mesmo que eu não queira levantar da cama, levanto porque preciso alimentá-lo.

Qual artista não sai da sua lista de preferidos?
Pabllo Vittar. Nesse momento do Brasil, todo mundo precisa ouvir. 

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Qual livro e/ou filme mudou sua vida? Por quê?
Um filme muito importante para mim é Corra Lola, Corra. Voltei muito para ele durante a pandemia porque tem um loop temporal em que a personagem vive o mesmo dia várias vezes. E isso me marcou na quarentena, já que todos os dias que a gente vivia eram iguais. 

Uma curiosidade legal é que a trilha é uma música techno e o diretor já comentou que a escolheu porque ela também é um loop em que camadas vão sendo adicionadas de pouco em pouco – e é assim que ele queria falar do tempo no filme.

Descreva uma noite ideal para você.
Começa em casa com um vinho e um queijo e termina sabe Deus onde. Ela vai de algo muito tranquilinho e básico para algo que você vai descobrindo o que vai acontecer enquanto vai vivendo. 

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Dê uma gongada gratuita em alguém
Vou gongar a Luciana Gimenez por ela ter entrevistado o Bolsonaro no Superpop, foi o começo da desgraça. Queria dizer que tudo isso aqui foi culpa dela.

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(Arte/Redação)

Como foi seu primeiro beijo?
Foi em uma boate LGBTQIA+ lá em Recife, quando eu tinha uns 17 anos. Aconteceu no meio da pista de dança e foi muito legal, um beijo gay mesmo. Gosto muito dessa história porque ela volta para o meu tempo de adolescência e para onde eu cresci. Ela fala muito sobre a minha origem.

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O que você diria para o maior desamor da sua vida (até agora)?
Reproduziria aquele meme que diz: me vinguei das pessoas que me humilharam ficando linda. 

O que é imperdoável para você em uma relação?
Reclamar quando eu escolho uma música.

De qual trabalho seu você mais se orgulha?
Me orgulho muito do meu trabalho com vídeos porque apesar das inseguranças que tenho, ainda consigo fazer muito bem. Também me orgulho muito dos vídeos que fiz sobre a novela O Clone, é o conteúdo que eu mais gostei de ter feito e fiquei muito feliz com o resultado.

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Qual a frase mais sábia que já te disseram?
Melhor se arrepender do que passar vontade. Pabllo Vittar disse e ela serve para tudo.

Qual seria o título da sua biografia?
Vamos de Pabllo de novo porque celebramos essa frase! “Melhor se arrepender do que passar vontade”. 

E quem interpretaria você no cinema?
Queria que fosse Bruna Linzmeyer. Estou numa fase de acompanhar muito o trabalho dela.

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Qual seria seu primeiro decreto como presidente da república?
Trazer de volta o horário de verão.

E, por último, quem você gostaria que respondesse esse questionário?
A  Alana, da Globe. 

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(Arte/Redação)
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