Se você se interessa por culinária, gastronomia em geral, está sempre em busca de um novo ingrediente/receita/restaurante e, somado a tudo isso, também se preocupa com os impactos da sua alimentação na sociedade, provavelmente já ouviu falar das PANCs. A sigla para plantas alimentícias não convencionais foi cunhada por Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi, autores de Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil, livro que é resultado de mais de dez anos de trabalho da dupla e traz um dos registros mais completos dessa botânica “não convencional” já realizados.
Mas, pensando um pouco sobre o nome, quando é que a gente decidiu o que é convencional na alimentação do brasileiro e o que não é? Será que plantas que encontramos em qualquer supermercado, feira livre e hortifruti deveria ser considerada convencional quando, na verdade, tê-la o ano inteiro significa abusar do uso de agrotóxicos em seu cultivo? Quantos sabores a gente deixa de experimentar pelo simples fato de ficar restrito ao que alguém selecionou por nós e colocou nas prateleiras dos supermercados? Batemos um papo com Neide Rigo, nutricionista, colunista do Estadão e expert no assunto – ela comanda uma caminhada pela horta comunitária CityLapa para (re)conhecer PANCs, inclusive, que infelizmente está suspensa por conta da pandemia – para entender algumas definições, descobrir curiosidades e destrinchar um pouquinho desse movimento PANC.