Em janeiro deste ano, um casal de influenciadores gerou polêmica ao afirmar que crianças não seriam permitidas em sua festa de casamento. Recentemente, no mês de abril, um bar localizado em São Paulo não deixou uma mulher participar da comemoração de aniversário de sua amiga porque ela estava com seu filho. Esses dois fatos funcionaram como gota d’água para que um debate antigo, sobre a exclusão que as mães solo vivem diariamente, ganhasse mais força nas redes sociais.
A reflexão aqui é simples. Se a mãe não tem uma rede de apoio, ela precisa escolher entre duas opções: deixar de realizar suas tarefas ou levar a criança consigo. Quando escolhe o segundo cenário, ainda enfrenta desafios como olhares repreensivos, falta de estrutura dos ambientes e o preconceito por não estar com o parceiro. A influenciadora Carol Rocha contou à Elástica que, quando foi a um restaurante que gostava muito, os funcionários não a deixaram ocupar a mesa que queria por estar com seu bebê. “Me colocaram lá no fundo, perto da cozinha e distante da entrada. Além disso, realocaram um casal que estava perto de mim para outro lugar, dando a entender que é ruim estar perto de crianças.”
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De acordo com uma pesquisa do Instituto Data Popular, o Brasil tem 67 milhões de mães. Dessas, 31% são solteiras e 46% trabalham. Com idade média de 47 anos, 55% das mães pertencem à classe média, 25% à classe alta e 20% são de classe baixa. A pesquisa afirma, ainda, que as mães do século 21 são menos conservadoras e mais interessadas em tecnologia do que as do século passado – ou seja, o estereótipo da mãe que fica em casa está ultrapassado.
“O que me impressiona é que as situações ruins que passei quando tive a minha primeira filha, em 1999, ainda passo hoje com a minha bebê – nada mudou nesse meio tempo. Ninguém pensa se a gente precisa de ajuda ou apoio”, declara a influenciadora Veronica Oliveira. “Saber que alguém perdeu algo apenas pelo fato de ter filhos é compreender que falhamos enquanto humanos.” Abaixo, reunimos relatos de mulheres que já passaram por poucas e boas (no caso, ruins), apenas por serem mães.