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Nova temporada de “Mano a Mano” trata de assuntos urgentes

Com estreia marcada para 24 de março, o podcast de Mano Brown convida Emicida, Sidarta Ribeiro e Seu Jorge

por Beatriz Lourenço Atualizado em 23 mar 2022, 03h10 - Publicado em 23 mar 2022 03h02
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(Ilustração/Redação)

 podcast Mano a Mano, comandado por Mano Brown, está de volta nesta quinta-feira, 24 de março, para sua segunda temporada – dessa vez, com 16 episódios. O programa, que já contou com a presença do ex-presidente Lula, pastor Henrique Vieira e Karol Conká, se tornou o segundo mais ouvido no Brasil pelo Spotify. Acompanhamos o evento de apresentação e, abaixo, contamos tudo o que você precisa saber sobre a segunda temporada.

“Eu saí da minha zona de conforto. Acho que as pessoas se interessaram por eu ser um leigo falando com profissionais que entendem muito sobre assuntos específicos”, diz Brown. “Me coloco num lugar de alguém que sabe menos para fazer as perguntas certas que ajudam qualquer um a entender o que é falado – desde alguém que está no escritório até alguém que está descarregando caixas na rua.”

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O apresentador também revela que seu maior desafio na hora da gravação é conter a ansiedade para não “atropelar” o convidado quando ele está falando. No entanto, diz que todas as personalidades o fizeram refletir, mesmo aquelas mais distantes de seu universo. “A Gloria Groove é muito fora do meu universo, mas aprendi demais porque ela é uma pessoa multirevoluções”, afirma. “Poderia até citar o Fernando Holiday mas, por mais que ele seja de direita, entendo tudo o que ele disse e até mesmo o que não foi dito.”

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(Pedro Dimitrow / Spotify/Divulgação)

Convidados

O rapper Emicida, os jornalistas Cecilia Oliveira e André Caramante, o ator e cantor Seu Jorge e o neurocientista Sidarta Ribeiro serão entrevistados nos novos episódios. “Já gravamos Emicida, foi sensacional – ele é um oráculo. Seu Jorge é o próximo, tem muito a acrescentar sendo negro vivendo fora do país e sobre sua experiência na música e no cinema.”

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Quando perguntado sobre um possível convidado da política, Brown responde que a ex-presidente Dilma está no radar e completa: “É uma das mulheres mais injustiçadas da história do Brasil.”

A descriminalização da maconha, a cannabis medicinal e o futuro da alimentação serão tratados com Sidarta. “Eu o conheci através de uma amiga e me interessei pela possibilidade de falar sobre isso não como um assunto policial, mas como saúde pública – do jeito que as drogas são tratadas em outros países”, relata.

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(Pedro Dimitrow / Spotify/Divulgação)

Dizer o que o jovem precisa saber

Uma das perguntas do Spotify para o apresentador foi para ele analisar como conseguiu conectar gerações. A resposta foi simples e direta: “estou dando continuidade no trabalho da galera que me lançou no rap“. Isso porque a música e a cultura hip hop tem como um de seus objetivos exaltar a periferia de forma positiva, ao contrário do que a grande mídia mostra. 

Segundo o artista, a educação é a saída para que esses jovens alcancem um futuro melhor. “Se o país não investe no jovem, ele não tem nada! Tem que ter educação. Se o Lula ganhar essa eleição, tem que ir para cima disso – senão é imperdoável”, diz. “Se um governante diz que o Brasil vai melhorar e não cria escola para o povo, é um mentiroso.”

Nesse sentido, um de seus desejos é trazer debates sobre segurança pública e falar sobre assuntos sensíveis e que têm um impacto direto nas periferias, como armas, drogas e maioridade penal. Tudo de uma forma direta, simples e com uma abordagem que seja prática para a vida dessas pessoas. “Hoje esses assuntos são urgentes porque um cara desavisado fala assim: ‘O Brown está dizendo que a sociedade não precisa de polícia? Está questionando a Justiça? Está descontente com o que? É um monte de questionamento que vem. São temas delicados”, diz.

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(Pedro Dimitrow / Spotify/Divulgação)
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Autocrítica

Mano Brown comentou também que a autocrítica é fundamental para a renovação do projeto. “Na hora de escolher algum convidado, fazemos reuniões e ouvimos a opinião da equipe toda. A chave para esse sucesso todo vem da seriedade. Não é só sobre minha carreira como artista, mas sobre algo maior que deve ser feito pela sociedade.”

Os estudos também fazem parte do dia a dia, já que é preciso entender sobre os assuntos que serão abordados. Dos que foram para a primeira temporada, a religião foi o que mais chamou atenção de Mano Brown. “Sou interessado em assuntos que fogem do óbvio, inclusive teologia, que eu nunca abordei em lugar nenhum e acabei aprendendo”, conta. “Quando pensamos em teologia negra, entramos em diversos assuntos ligados a raça. A partir de Gênesis, parei em livros de antropólogos que tratam de escravidão e domínio do corpo, por exemplo. Preciso me aprofundar no tema porque quero trazer pessoas que falam sobre afrofuturismo. Mas primeiro quero entender o que o povo negro quer saber, o que é prioridade pra eles.”

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