obra de Marcelo D2 é completa. Ele faz samba, rap, e, seu último disco solo – Assim tocam os meu tambores –, tem nuances que nos remetem às religiões de matriz africana. Sua cabeça é uma “verdadeira salada” (nas palavras do próprio Marcelo) e, na hora de criar, tenta organizar as informações partindo de um conceito e a vontade de comunicar uma mensagem importante e interessante ao público.
Esse tem sido um ano intenso em sua carreira, já que está preparando um disco solo e outro com a banda Planet Hemp. “Meu próximo álbum tem a ver com uma ancestralidade de futuro. É sobre um passado que nos trouxe até aqui – é o que às vezes a gente nem sente no nosso dia a dia, mas que importa muito, como um tempero, uma comida que nos rege”, revela. “O momento que estamos vivendo pede o resgate das nossas raízes. Saber de onde a gente veio pode nos ajudar a descobrir para onde vamos.”
O lançamento, possivelmente em novembro, é o desaguar de dois anos de produção. “Tive momentos de trabalho intensos e outros em que deixei o disco parado, mas agora estamos nessa reta final”, conta. “É muito difícil entregar um projeto, sempre falta alguma coisa. Ainda não tem nome, está aqui na minha frente mas não consegui descobrir.”
A volta aos palcos também tem deixado esse período não só mais intenso, como também mais prazeroso. No dia 28 de maio ele se apresentou no 16º Festival América do Sul Pantanal, realizado em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. “É uma loucura viajar depois de tanto tempo trancado em casa, parece até um sonho. Para mim e para a minha equipe voltar para a estrada é uma bênção porque é a nossa vida, o nosso trabalho e o que escolhemos seguir como carreira. O setor do entretenimento foi o que mais sofreu, mas ver os festivais voltando é muito bom e está a coisa mais linda do mundo acompanhar tudo.” Conversamos com o rapper um pouco antes do show sobre cinco temas importantes da atualidade. Confira o resultado abaixo: