quilo que deveria ser o óbvio nas nossas relações cotidianas, a diversidade ainda é uma utopia para o Brasil. Nossa sociedade entra em 2022 ainda tão fragmentada quanto nos anos anteriores, uma luta de lados, comportamentos e padrões que só tende a piorar ao aproximar das eleições presidenciais.
Veremos o absurdo, mas isso não é novidade. Já vivemos em uma era tão surreal que é difícil não confundir realidade com alguma ficção distópica. Principalmente quando nossas maiores ferramentas de comunicação online, as mídias sociais, agem ativamente para censurar nossas ideias e até mesmo nossos corpos. Foi o caso de Polly Oliveira, que levou shadow ban no Instagram e começou uma campanha para denunciar a ditadura do fitness.
A superexposição a corpos, comportamentos e cotidianos de pessoas vazias nas redes sociais nos fez questionar: o que é ser normal? Que normalidade precisamos nos encaixar nesses novos padrões gerados pela pandemia da covid-19? Será que a grande luta é, na verdade, contra a transformação de nós mesmos em seres vazios, padronizados à intenção de outrem?
A pergunta levou a pesquisadora Camila Cintra a escrever o livro “O Instagram está padronizando rostos?”, um estudo que analisou comparativamente procedimentos estéticos realizados nas diversas regiões faciais, entre olhos, narizes e bocas, para descobrir como as estrelas das redes sociais ditam os padrões de beleza hoje.
E se você acha que as redes influenciam apenas corpos, vai se chocar em saber que as imagens que vemos diariamente na internet também podem nos levar a realizar procedimentos estéticos íntimos, e não são poucos: reconstrução de lábios vaginais, engrossar o pênis, pigmentação anal. Precisamos mesmo disso?
Para não se perder muito nesse papo todo sobre diversidade, a gente te convida a conhecer um projeto super maneiro chamado Dicionário Consciente. Realizado por um grupo de jovens publicitários, o Dicionário publica no Instagram lições super importantes sobre lugares de fala, expressões problemáticas inseridas culturalmente em nossa língua, e exemplos de como não escorregar na hora de uma conversa.
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