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Jovens místicos 🤝🏻 Sex toys de cristal

Entenda o hype dos objetos sexuais feitos de pedra e como eles afetam seu corpo

por Artur Tavares Atualizado em 3 mar 2022, 13h20 - Publicado em 3 mar 2022 00h32
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(Clube Lambada/Ilustração)

assunto parece novo, mas remete à antiguidade. Antes dos dildos vibradores feitos de silicone industrial, modernos, coloridos e cheios de formatos diferentes, mulheres e homens em todo o planeta precisavam se virar com o que tinham à mão na hora de dar umas boas gozadas.

Talvez o livro mais antigo a falar sobre sexualidade, o Kama Sutra já recomendava o uso de consolos, seja naqueles momentos solitários, ou então a dois, ou três, ou muitos. O próprio símbolo do falo é celebrado há milênios por entre os povos, e, dizem as más línguas, muitos santinhos esculpidos em madeira eram utilizados por freiras em conventos para satisfazerem seus apetites sexuais.

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O silicone, como sabemos, provém do petróleo, um recurso nada sustentável do nosso planeta. Nos últimos anos, porém, a conversa sobre sustentabilidade alcançou também o sexual wellness, e por isso houve um revival de toys feitos de cristais: “Algumas marcas americanas começaram a crescer e ter visibilidade. Como tudo que tem acontecido nessa área, veio para o Brasil. Hoje temos marcas que têm designs, lapidações e cristais super diferentes”, explica a educadora sexual Clariana Leal. “Também acredito que veio desses movimentos de sagrado feminino e da ginecologia natural, que são crescentes em muitos países. Essa questão de resgatar a ginecologia natural, de ir atrás de produtos naturais – seja na alimentação ou na cosmética – também vai nos aproximando dos toys que são mais sustentáveis, que são trazidos com essa estética do espiritual.”

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(Arte/Redação)

Em toda sua potência

Clariana afirma que as principais diferenças entre dildos de silicone e aqueles naturais – não apenas de cristal, mas também de vidro ou madeira –, estão em suas texturas: “Os toys naturais são mais rígidos, todos muito duros, dependentes da lapidação para deixá-los menos porosos. Se a pessoa quer um toy penetrável que seja mais geladinho, ou que tenha uma textura diferente, ela pode ir para esse lado”.

Os de silicone, na contramão, “podem ser associados a motores vibratórios, algo impossível para os naturais, porque a vibração pode danificar o material, corrompendo-o ou até quebrando-no, além de serem mais maleáveis e flexíveis.

Hoje, os toys de cristal também estão muito assimilados à uma ideia de espiritualidade, de que cada pedra diferente traria um benefício específico para o corpo. Clariana explica que isso está muito associado à crença de quem os utiliza: “Não existe diferença para o físico entre o silicone e os cristais. Vai depender muito da pessoa que procura o toy de cristal ter uma questão ritualística, se tem uma questão espiritual ou de cura envolvida. Mas, isso vai muito mais do que a pessoa coloca naquele sex toy do que o sex toy em si.” Ela afirma ainda que “você pode usar um dildo de cristal sem nenhum vínculo ou crença espiritual, pode usar apenas porque é gostoso, porque a lapidação vai atingir algum ponto, alguma curva, alguma zona erógena gostosa.”

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(Arte/Redação)

Como escolher o seu

As principais marcas brasileiras de sex toys de cristal trabalham com pedras extraídas aqui mesmo em território nacional, sempre de manejo legalizado e cadeia produtiva consciente. Para Clariana, esses detalhes são importantíssimos na hora de escolher qual pedra você quer em contato para seu corpo: “Temos que tomar cuidado com as pegadinhas, porque muito desse universo místico que foi trazido nos últimos anos, que voltou com tudo, escondem algumas pequenas armadilhas. Por exemplo, você encontra toys de cristais em sites como Ali Express, Ali Baba, mas não dá para fazer a menor ideia da procedência desses materiais, quem é que fez, como essas pessoas que fizeram esses toys foram remuneradas, como é a questão de segurança. É preciso saber se a lapidação é boa, se foi feita em um ambiente higiênico, se é alguma pedra fake.”

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Normalmente, os cristais e pedras usados em sex toys são quartzos, obsidianas, jaspes, aventurinas, ametistas, ágatas, heliotropos, rodonitas e até mármore de carrara, e embora diga-se que cada um deles tenha propriedades distintas, sejam curativas, estimulantes, purificadoras ou equilibrantes, os cuidados na fabricação são os mesmos, e devem ser meticulosos. “É preciso que eles tenham uma lapidação perfeita. Essa questão é muito importante, não aceitar sex toys com ranhuras ou que não estejam bem polidos. São precauções com higiene e segurança”, explica Clariana.

Isso porque, uma pedra com rachaduras pode se quebrar durante o uso, e aqueles que não são bem polidos podem criar poros difíceis de serem limpos, tornando-se lares perfeitos para colônias de bactérias que causam doenças. A educadora sexual afirma, portanto, que ter um sex toy de cristal é um um investimento: “Os bons não são baratos, mas se você vai usar uma coisa desse tipo, que seja a melhor possível.”

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(Arte/Redação)

Na hora de usar

Com formatos dos mais distintos, os toys de cristal também são comercializados como massageadores corporais. Clariana incentiva o uso para além dos órgãos sexuais: “Qualquer massageador íntimo pode ser usado como massageador corporal, até porque cada vez mais falamos em como o íntimo e a sexualidade não são restritas à penetração, de como o corpo é uma zona erógena completa, que podemos nos estimular de várias outras maneiras que não só na região genital. Quando estamos falando de ferramentas que vão nos ajudar a nos descobrir para exercer essa potência sexual, estamos falando de objetos que podem ser usados de várias outras formas em todo o corpo.”

Ela sugere que, “com tantas curvas diferentes entre cada toy, você pode bater o olho e imaginar a massagem começando no rosto, no pescoço, em outros pontos. Comece essa coisa bem mais ampla antes de chegar na região genital. Isso vai ativando vários pontos do corpo, aguçando os sentidos.”

Sem tentar ditar um roteiro, ela afirma ainda que “cada pessoa vai entender onde sente mais prazer na hora da estimulação. Mas na hora do uso, é bom combiná-lo com um lubrificante que possa ser passado no corpo, ou um óleo corporal. Isso ajuda a entrar no clima. Você vai achando as regiões que a pessoa gosta mais de estimular.”

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(Arte/Redação)

Depois dos cristais

Além dos já citados vidro e madeira, outro material que também está em alta entre os sex toys é a cerâmica. Se os materiais soam estranhos, Clariana nos tranquiliza: “São todos incríveis, e o vidro é meu preferido. Não é poroso, e por serem feitos de borosilicato, são muito resistentes, aguentando altas e baixas temperaturas. É um material que vai te acompanhar para o resto da vida, e pode vir em vários shapes e texturas diferentes.”

“Os de madeira, as pessoas não conhecem muito, até torcem o nariz, porque pensam que pode dar uma farpa ou algo do tipo. Mas eles são feitos com um tipo de polimento bem diferente, específico para sex toys. Vêm bem lisos e têm uma camada protetora que impede farpas ou partes de madeira se soltarem”, ela diz.

Já os de cerâmica, Clariana explica, são mais acessíveis que os de cristal, além de terem a segurança de não serem porosos, e com a possibilidade de serem moldados em diversos formatos.

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