pós um longo tempo sem exposições de arte e eventos culturais, o circuito começa a voltar ao normal – ainda que com todas as medidas de segurança necessárias para frear a Covid-19. Após a Bienal de Arte de São Paulo, agora é a vez da SP-Arte mostrar as movimentações e inovações do cenário artístico.
A 17ª edição do evento acontece de 20 a 24 de outubro na ARCA, galpão de nove mil metros quadrados localizado na Vila Leopoldina, em São Paulo. “Esse espaço tem vários significados, foi uma metalúrgica nos anos 1950 que simbolizava a modernização e a industrialização do país naquele momento – e agora estamos ressignificando o local com arte”, explica a idealizadora Fernanda Feitosa.
Quem ainda não se sente seguro para sair de casa não ficará de fora, já que a plataforma digital da Feira conta com o Viewing Room, um espaço online onde o público terá acesso às obras, atividades diversas e palestras. Até agora, são 125 expositores confirmados entre galerias nacionais e internacionais. No espaço anexo, o STATE, editoras como a Cobogó, Ubu, Edições SESC, Fotô Editorial e Olhares marcam presença com livros de artista e publicações especializadas. “O formato híbrido nos permite alcançar mais lugares ao redor do mundo. No online chegamos, pela primeira vez, à marca de 15% de visitas internacionais. Isso é muito importante porque o Brasil está muito distante fisicamente dos principais eixos comerciais de arte.”, conta Feitosa.
Sobre a importância da cultura em meio a crises políticas, sanitárias e financeiras, a diretora afirma que as indústrias criativas são vozes de denúncias e de críticas ao comportamento da sociedade como um todo. “A arte tem um papel fundamental em denunciar as distorções e refletir sobre diversas visões de mundo, sejam elas sobre a representatividade de gênero, a representatividade de raça ou até a representatividade regional”, diz. “Eu costumo dizer que ela é o termômetro da sociedade e, por isso, ganha o papel de conscientização.”
Papel esse que também tem feito parte da conduta da SP-Arte quando o assunto é inclusão e diversidade. A organização traz, em seu programa, expositores que priorizam artistas trans, mulheres e artistas racializados. “É possível perceber essa preocupação crescente na criação do line-up e do time das galerias. A Gentil Carioca e a Mendes Wood são exemplos muito bons disso”, afirma Feitosa. “Desde o ano passado já tínhamos previsto a participação da 0101 e da Hoa, por exemplo, galerias focadas em trabalhos de artistas negros. Ações como essa não são apenas uma reparação de justiça social, mas de justiça profissional. Portanto, eu fico muito feliz que esses lugares e nós estamos reagindo a isso.”
Abaixo, selecionamos cinco galerias e artistas que você não pode perder ao visitar o evento: