
que o punk, o hardcore e a arte contemporânea têm em comum? Todos estão juntos na Gruta, novo espaço cultural de São Paulo que visa promover e difundir a produção artística de forma experimental e inovadora. Além de exposições, o local abrigará cursos, oficinas, debates e outras atividades. A ideia é ser um ambiente plural e democrático, no qual artistas consagrados atuam ao lado dos emergentes.
É possível entender o conceito a partir do nome: Gruta é um lugar subterrâneo que abriga diversas formações que chamam a atenção. Por vezes elas são brutas mas, ao mesmo tempo, únicas. “O projeto está relacionado a uma subcultura e a trabalhos mais independentes. Queremos mostrar aquilo que está nas entranhas, como a cultura underground”, explica Camilla Bologna, uma das idealizadoras.
Tudo começou quando ela se juntou aos artistas Athos Santiago e Iran Costa para lançar uma plataforma online de venda de gravuras e pôsteres, principalmente relacionados à música. Em cerca de quatro meses no ar, o site comercializou obras para países como Argentina, Inglaterra e Estados Unidos, além do Brasil. Fez tanto sucesso que surgiu a possibilidade de abrir um espaço físico e ampliar o escopo.
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Agora, a Gruta ocupa um galpão de mais de 50 metros quadrados separados em duas salas, localizado no bairro da Barra Funda. “Continuamos com a ideia da editora e de sempre produzir esses artistas, mas agora eles podem expor. Também estamos criando zines e pequenos livretos”, conta Camilla. No andar de cima funciona a Associação Cultural Santa Cecília, um casarão que é palco de múltiplas artes. “Pensamos em trabalhar com pessoas que têm projetos musicais para estender para o Cecília, além de fomentar feiras de publicação lá”, revela a idealizadora.
A proposta não é ser uma galeria, mas um lugar onde os artistas podem criar livremente até mesmo como forma de pesquisa. Além disso, os organizadores querem democratizar a venda de obras, estabelecendo preços mais acessíveis. “Desejamos criar uma cultura para novos colecionadores e proporcionar diferentes possibilidades para o mercado da arte. Nosso diálogo é, também, com o público mais jovem”, ressalta Camilla.