Sonhos: um oráculo probabilístico
Para falar sobre os sonhos, é importante entendermos o que eles são. Na atualidade, um dos brasileiros que mais explora essa área é Sidarta Ribeiro: professor titular de Neurociências e vice-diretor do Instituto do Cérebro na UFRN, bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília, mestre em Biofísica pela UFRJ, doutor em comportamento animal pela Universidade Rockefeller com pós-doutorado em Neurofisiologia pela Universidade Duke. Em seu livro O Oráculo da Noite, ele pontua que sonhos são uma grande mistura de fragmentos do passado, do presente e do futuro, envolvendo vivências, desejos, medos, padrões de comportamento e vários outros elementos da psique humana.
A grande maioria dos nossos sonhos acontece na fase REM (do inglês Rapid Eye Movement, ou, em bom português, “Movimento Rápido dos Olhos”). Essa etapa dura cerca de 10 minutos e, normalmente, tem início 90 minutos depois de adormecermos. Durante esse tempo, os nossos olhos se movimentam rapidamente e o batimento cardíaco aumenta. Sobretudo, é um momento marcado pela alta atividade cerebral, e é quando as imagens e os pensamentos esparsos do sono leve se tornam praticamente uma megaprodução de Hollywood – como explica Sidarta.
Além disso, nessa etapa, a dopamina é liberada no cérebro, o que nos mostra que sonhar também é um gatilho para o mecanismo de recompensas e punições da nossa mente. O enredo de cada sonho, portanto, tem muito a ver com desejos e medos. Interessante, né?